O Ser e o Nada e a libertação metafísica: primeira tarefa da filosofia da liberdade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36517/Argumentos.31.5

Palabras clave:

O Ser e o Nada. Libertação. Metafísica. Sartre.

Resumen

A filosofia de Sartre é filosofia da liberdade. Isso se confirma por sua obra, seja em textos literários ou teatrais, em intervenções políticas e até mesmo em relatos de viagens; mas é nas obras técnicas que essa preocupação é ainda mais evidente: para ele a filosofia deve cumprir três tarefas, das quais a primeira – e mais importante - é a libertação metafísica de homens e mulheres. O Ser e o Nada cumpre justamente essa tarefa, pois é contra Kant e distanciando-se de Husserl e Heidegger que, primeiro, a liberdade se revela como verdade fenomenológica: eu a sou; segundo, contra todo determinismo, seja de exterioridade, como a situação ou História (condição, classe etc.), ou de interioridade, como Ego (Eu transcendental, caráter etc.), Sartre mostra que a liberdade, além de fundamento da História, também está no princípio de toda aventura individual (história de vida, Psiquê), sendo – ambas – expressões de mesma gênese: a singularidade da liberdade em seu processo autossustentável de ser-no-mundo, fonte única daquilo que é o homem e mulher, e, por consequência, de tudo que pode vir ao Ser. A ontologia fenomenológica é obra basilar da filosofia da liberdade.

Biografía del autor/a

Luciano Donizetti da Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1999), mestrado em História da Filosofia Moderna e Contemporânea pela Universidade Federal do Paraná (2002) e doutorado em História da Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2006). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Lyon 3 - Jean Moulin (2016). É professor de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), no Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia. Também faz parte do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da mesma instituição. Atualmente realiza estágio pós-doutoral na Universidade Federal de São Carlos (PPGFIL-UFSCAR, 2023).

Citas

CONTAT, M.; RYBALKA, M. Les Écrits de Sartre. Paris: Gallimard, 1970.

HEIDEGGER, M. Meu caminho para a fenomenologia. Tradução de Ernildo Stein. São Paulo: Victor Civita, 1973. (Coleção Os Pensadores).

HUSSERL, E. Investigações Lógicas. Sexta investigação. Tradução de Zeljko Loparic e Andréa M. A. de C. Loparic. São Paulo: Abril Cultural, 1975.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. 5. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001.

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Cia das Letras, 1992.

SARTRE, J-P. Carta de Jean-Paul Sartre recusando o Prêmio Nobel de Literatura. 1964. Disponível em: https://homoliteratus.com/carta-de-jean-paul-sartre-recusando-o-premio-nobel-de-literatura/. Acesso em: 14.jun.2023.

SARTRE, J-P. Crítica da Razão Dialética. Tradução de Guilherme J. de F. Teixeira. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

SARTRE, J-P. Critique de la raison dialectique. Paris: Gallimard, 1960.

SARTRE, J-P. L’ Être et le Néant. Essai d’ontologie phénoménologique. Paris: Gallimard, 1943.

SARTRE, J-P. L’idiot de la famille, 1. Paris: Gallimard, 1971.

SARTRE, J-P. O Existencialismo é um Humanismo. Tradução de Vergílio Ferreira. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

SARTRE, J-P. O Ser e o Nada. Ensaio de Ontologia Fenomenológica. 20. ed. Tradução de Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes, 2011.

SARTRE, J-P. Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl: a intencionalidade. Veredas FAVIP, Caruaru, v. 2, n. 1, p. 102–107, jan./jun. 2005.

Publicado

2024-01-15

Número

Sección

Dossiê Sartre