A facticidade do para-outro na perspectiva do olhar e da vergonha
DOI:
https://doi.org/10.36517/Argumentos.31.6Palabras clave:
Outro. Solipsismo. Olhar. Vergonha. Sartre.Resumen
O presente artigo tenciona compreender a experiência primordial da existência do Outro, apresentada por Jean-Paul Sartre na terceira parte de O ser e o nada. Para que o nosso intento seja efetivamente compreendido, organizamos esta leitura em três momentos devidamente articulados. No primeiro momento é essencial esclarecer como o filósofo francês delimitou o problema do solipsismo como obstáculo constituído pelas filosofias realistas e idealistas que de uma forma geral vai negar as condições de possibilidade da existência do outro, bem como, a descrição crítica que vai questionar a permanência das teorias solipisistas na contemporaneidade legada por Husserl, Hegel e Heidegger. A partir desta crítica iremos conduzir nossa leitura ao segundo momento que consiste em estabelecer a compreensão da existência do Outro mostrando como este aparece e afeta a vida cotidiana do sujeito, sobretudo, porque o Outro requer a presença de um corpo e uma consciência distinta do sujeito. No último momento, daremos ênfase a interessante abordagem do olhar e da vergonha, este sentimento original que despe a consciência de qualquer certeza de que se encontra isolada no mundo. Assim, a experiência da vergonha passa a ser compreendida como desvelamento da consciência do sujeito que se percebe “invadida” pelo olhar do Outro efetivando, assim, a existência do outro na relação concreta.
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