ESPACIALIZAÇÃO DAS CAPTURAS DE ROBALO (Centropomus spp) ( CENTROPOMIDAE - PERCIFORMES ) NO ESTUÁRIO DO RIO SERGIPE

Autores

  • Jonathas Rodrigo Dos Santos Pinto Universidade Federal de Sergipe
  • Maria Lúcia Góes Araújo Departamento de Engenharia de Pesca – DEPAq.
  • Robson Andrade Rosa Departamento de Engenharia de Pesca – DEPAq.
  • Jadson Pinheiro Santos Departamento de Engenharia de Pesca - DEPESCA – Universidade Estadual do Maranhão.
  • Ana Rosa da Rocha Araújo Departamento de Engenharia de Pesca – DEPAq.
  • José Milton Barbosa Departamento de Engenharia de Pesca – DEPAq.

DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v51i2.33177

Palavras-chave:

Pesca-artesanal, Produção pesqueira, Monitoramento pesqueiro.

Resumo

Os robalos ocorrem no estuário do rio Sergipe e têm importância nas capturas da pesca artesanal, no porto do Bairro Industrial, em Aracaju, com total desembarcado de 1,62 t em 2014. O objetivo deste trabalho foi analisar as capturas de robalo, no estuário do Rio Sergipe. Os dados de produção foram obtidos através dos registros de desembarques, no Bairro Industrial, de Abril/2016 a Dezembro/2017. Um total de 562 indivíduos foi coletado para obtenção de dados biométricos (CT, PT) e identificados.  Para as duas espécies mais representativas, nos desembarques, foram estabelecidas a distribuição de frequência, a relação peso-comprimento e a média mensal do fator de condição K. Os dados de captura por unidade de esforço (CPUE), calculados para cada desembarque, foram LOG transformados (LOGCPUE+1) e comparados com ANOVA. As espécies de robalos presentes nas capturas foram o robalo-corcunda Centropomus parallelus (62% dos indivíduos), robalo-furador C. undecimalis (35%) e robalo-alfaiate C. pectinatus (3%). C. parallelus apresentou amplitude de CT de 20,0 a 60,0 cm. A média do fator de condição K para os indivíduos com CT > 28,0 cm foi de 10,7±1,1. A amplitude de CT de C. undecimalis foi de 20,0 a 105,0 cm, com K médio de 3,25±0,28. Para ambas as espécies, houve uma contribuição significativa de indivíduos abaixo do tamanho de primeira maturação. O pequeno tamanho de malha do arrasto de praia (20 mm) pode estar contribuindo para presença significativa de indivíduos de pequeno porte nas capturas. As principais áreas de captura de robalo, no Rio Sergipe, estão situadas em locais com alta concentração de matéria orgânica e baixos teores de oxigênio. Para rede de arrasto de praia, o período pluviométrico influenciou na variação da CPUE. A maioria das capturas das redes de emalhe se concentrou no canal do rio Sergipe e foi menos influenciada pela redução do habitat, no período seco.

Biografia do Autor

Jonathas Rodrigo Dos Santos Pinto, Universidade Federal de Sergipe

Bacharel em Engenharia de Pesca, graduado pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.

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2019-04-02

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Artigos originais