DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA DA INDÚSTRIA LAGOSTEIRA NO ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Antonio Adauto Fonteles-Filho Bolsista-Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Instituto de Ciências do Mar, Av. da Abolição, 3207, Fortaleza, CE 60165-081
  • Maria Socorro Sobral Guimarães Engenheira de Pesca, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará.

DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v33i1-2.11870

Palavras-chave:

pesca de lagosta, setores econômicos, estratégias administrativas, parâmetros econômicos, Estado do Ceará.

Resumo

A pesca da lagosta, como atividades extrativa, industrial e comercial (exportadora), se enquadra nos setores primário, secundário e terciário da Economia. No setor primário incorre nos custos operacionais com a construção de barcos e aparelhos-de-pesca, e pagamento da mãode-obra; no setor secundário incorre em custos com mão-de-obra, equipamentos e instalações físicas; e no setor terciário, aufere receita com a venda dos produtos, para ressarcimento das despesas realizados nos dois outros setores. Numa situação de equilíbrio sócio-econômico a atividade lagosteira participa com receita e custos operacionais de R$ 93,6 milhões, sua frota pesqueira vale R$ 24,7 milhões, e despende R$ 4,2 milhões com salários da mão-de-obra direta e R$ 4,5 milhões com a construção de aparelhos-de-pesca, gerando 10.823 empregos diretos no setor primário, 1.012 no setor secundário e 20 no setor terciário. A alta capacidade ociosa da indústria e a elevação dos custos contribuíram para a mudança radical na estratégia da atividade pesqueira e financiamento da produção. O subsetor Produção concentra a maior parte do capital de giro do setor pesqueiro e, neste a estratégia financeira privilegia o lucro (R$ 71,1 milhões) mas não o emprego (4.120 pescadores), a estratégia bioeconômica gera o equilíbrio entre renda (R$ 115,2 milhões) e emprego (R$ 6.606 pescadores), e a estratégia sócio-econômica privilegia o emprego (10.654) pescadores, mas não a renda (R$ 93,6 milhões). A pesca de lagostas utiliza atualmente a estratégia sócio-econômica, com alternância de lucros positivos e negativos, com o auxílio na redução do ICMS para 1,7%, produzindo R$ 1,6 milhão em impostos. Uma situação econômica ideal geraria uma receita de R$ 115,2 milhões, lucro de R$ 62,8 milhões e 6.606 empregos diretos no setor primário, com índice de R$ 5,38, relação benefício/custo de 2,20 e 54,5% como margem de lucro. Apesar das dificuldades, a pesca de lagostas continua a ser um importante gerador de divisas por exportação e de oportunidades de emprego no Estado do Ceará.

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