COASTAL OCEAN ACIDIFICATION IN BRAZIL: A BRIEF OVERVIEW AND PERSPECTIVES

Acidificação do oceano costeiro no Brasil: uma breve avaliação e perspectivas

Autores

  • Luiz Carlos Cotovicz Jr. Pesquisador e professor visitante, Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil.
  • Rozane Valente Marins Professora associada, Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil.
  • Gwenaël Abril Professor colaborador, Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros (PBMAC), Niterói, RJ, Brazil. Directeur de recherche, Laboratoire de Biologie des Organismes et Ecosystèmes Aquatiques (Borea), Muséum National d’Histoire Naturelle, UMR 8067, CNRS, MNHN, IRD, SU, UCN, UA, Paris, France.

DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v55iEspecial.78514

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar o estado atual de conhecimento dos processos de acidificação do oceano (OA) e acidificação costeira (CA) no Brasil. Definimos e diferenciamos tais processos: o primeiro ocasionado pelo aumento global da concentração de CO2 na atmosfera; o segundo ocasionado pela combinação do sequestro de CO2 pelo oceano e outras adições ou subtrações locais/regionais de compostos químicos em ecossistemas aquáticos costeiros. Considerando a OA, a análise foi centrada nas principais massas de água presentes ao longo da costa do Brasil: Água Central do Atlântico Sul (SACW), Água Tropical (TW) e Água Costeira (CW). Os poucos dados disponíveis para águas rasas costeiras (< 200 m profundidade) revelam um aumento da contribuição antropogênica nas concentrações de carbono inorgânico dissolvido (DIC) na SACW, com declínio no pH (ao longo de duas décadas – 1993-2013), e na saturação dos minerais de carbonato de cálcio (CaCO3). Não encontramos tendências para TW e CW devido à falta de dados disponíveis. As massas de água mais frias (SACW, Pluma do Rio da Plata) têm menor capacidade de tamponamento, e simulações mostram que irão sentir os efeitos da acidificação antes que as massas de água mais quentes (TW, Pluma do Rio Amazonas). Considerado a CA, identificamos alguns estudos locais/regionais sobre a química do sistema carbonato em ecossistemas costeiros/estuarinos centrados na quantificação de fontes e sumidouros de CO2 e determinações de variação temporal de curta escala. Aparentemente, o processo de eutrofização costeira, amplamente verificado na costa do Brasil (particularmente em regiões densamente povoadas), pode amplificar ou atenuar o processo de acidificação, dependendo do metabolismo dos ecossistemas, em combinação com outras alterações químicas. Entretanto, não encontramos tendências de acidificação de médio e longo prazo devido à falta de estudos. Existe uma restrita capacidade em produzir longas séries temporais de parâmetros do sistema carbonato em ecossistemas-chave ao longo da costa do Brasil. Dessa forma, chamamos a atenção para uma urgente ação no Brasil, com ênfase no estabelecimento de estações oceanográficas (boias oceanográficas, fundeios) e/ou programas científicos no longo prazo que contemplem medições contínuas e de alta frequência dos principais parâmetros do sistema carbonato marinho.

Palavras-chave: acidificação dos oceanos, acidificação costeira, eutrofização, plataforma continental, Oceano Atlântico Sudoeste.

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Publicado

2022-03-21

Edição

Seção

Revisões científicas