A CRÍTICA DE MARX À INVERSÃO HEGELIANA DA IDEIA COMO SUJEITO E DO HOMEM E DE SUAS PRODUÇÕES COMO PREDICADOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30611/2020n18id60980

Palavras-chave:

Marx, Sujeito-Predicado, Crítica de Marx a Hegel

Resumo

Mostrar-se-á que não é a Ideia absoluta de Hegel, mas o sujeito humano como sujeito de si que é sujeito de suas
ideias e de suas instituições, como a família, a sociedade civil e o Estado. Estabelecer-se-á a crítica de Marx a Hegel
por ele ter tomado não o homem, mas a ideia como central, como sujeito, como princípio produtor, do qual tudo
deriva. Em Hegel, a realidade efetiva é a ideia realizada, ideia essa que Marx a tem, ao invés, apenas como produto
do espírito humano, como predicado do sujeito humano. Hegel toma o predicado (a ideia) como independente e o faz
sujeito. A ideia hegeliana enquanto sujeito e elemento criador e regulador do mundo, princípio que gera tudo a partir
de sua autodeterminação, se assemelha ao ser sobrenatural e sobre-humano (Deus) do Cristianismo, que, em vez de
ser produto da criação humana, resultado da vontade imaginária, se converte no ser criador de tudo, do homem e da
natureza, que, asssim privados de suas realidades materiais, de suas verdadeiras determinações, aparecem, pois,
como manifestações, exteriorizações, da ideia, da atividade abstrata da Ideia Absoluta.

Biografia do Autor

Eduardo Ferreira Chagas, Universidade Federal do Ceará, UFC/CNPq

Professor de Filosofia

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Publicado

2020-10-05

Edição

Seção

Dossiê Conexão Hegel-Marx: Novas Leituras