BLOCH NA AMÉRICA LATINA AS RAÍZES ÉTICAS DA FILOSOFIA DA ESPERANÇA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n21id70891Palavras-chave:
Cristianismo, Filosofia e Teologia da Libertação, Marxismo, Movimentos Sociais, UtopiaResumo
No presente artigo, busca-se fazer uma breve reconstrução dos percursos históricos e teóricos que permitiram o acolhimento e a apropriação de conceitos fundamentais da filosofia blochiana no interior das inquietações sociais latino-americanas, bem como destacar as particularidades das interpretações difundidas no Brasil. Tendo como fio condutor a busca dos elementos éticos da filosofia blochiana, o percurso se inicia com uma contraposição entre as literaturas secundárias a respeito do autor disponíveis no Brasil e na Alemanha. A ambiguidade entre a manifesta importância dos pressupostos éticos da filosofia da esperança enfatizada pelos comentadores brasileiros contraposta ao papel secundário atribuídos pelos comentadores alemães é, então, explorada a partir de um rastreamento dos caminhos que trouxeram a filosofia blochiana até o continente latino-americano. A despeito do ateísmo do filósofo alemão, na América Latina, a filosofia da esperança aliou-se à “herética” teologia da libertação, sendo essa a sua porta de entrada principal. Aqui, a filosofia de Bloch se confunde e entrecruza com a própria história do marxismo e do cristianismo no continente, repercutindo na originalidade dos movimentos sociais e das bases éticas que os orientam. A utopia, tal qual concebida pelo autor, revela-se como ponto de encontro fundamental entre a fé e a política.
Referências
ALBORNOZ, Suzana. Ética e Utopia: ensaio sobre Ernst Bloch [1985]. Porto Alegre: Movimento, 2006.
ANDRADE, Luis Martínez. Principio Esperanza, piedra angular del ecosocialismo. In.: ANDRADE, Luis Martínez; MENESES, José Manuel (compiladores). Esperanza y utopia: Ernst Bloch desde América Latina. Zacatecas: Taberna libraría editores, 2012, p. 75-120.
BLOCH, Ernst. Das Prinzip Hoffnung [1959]. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1985.
_____. O Princípio Esperança [1959], Volume III. Tradução de Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EdUERJ: Contraponto, 2005, 2006.
DIETSCHY, Beat. Gebrochene Gegenwart: Ernst Bloch, Ungleichzeitigkeit und das Geschichtsbild der Moderne. Frankfurt am Main: Vervuert, 1988.
DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação – na idade da globalização e da exclusão. Tradução de Ephraim, F. Jaime. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.
GUTIERREZ, Gustavo. Teologia da Liberación – perspectivas. 7ª edição. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1975.
LÖWY, Michael (Org.). El marxismo en América Latina. Santiago: LOM Ediciones, 2007.
_____. Marxismo e cristianismo na América Latina. Lua Nova, São Paulo, novembro 89, nº 19, p. 05-21.
MOLTMANN, Jürgen. Theologie der Hoffnung. Untersuchungen zur Begründung und zu den Konsequenzen einer christlichen Eschatologie. München: Chr. Kaiser Verlag München, 1966.
MÜLLER-SCHÖLL, Ulrich; VIDAL, Francesca. Ernst Blochs „neue Philosophie“ des „Neuen“. Zum Vorwort des Prinzips Hoffnung. In.: ZIMMERMANN, Rainer E. Ernst Bloch: Das Prinzip Hoffnung. Berlin: de Gruyter, 2017, p. 09-34.
MÜNSTER, Arno. Ernst Bloch: filosofia da práxis e utopia concreta. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1993.
SCHILLER, Hans-Ernst. Ethik. In.: DIETSCHY, Beat; ZEILINGER, Doris; ZIMMERMANN, Rainer E. (Org.). Bloch-Wörterbuch: Leitbegriffe der Philosophie Ernst Blochs. Berlin: De Gruyte, 2012, p. 102-130.
SCHMIDT, Burghart (Org.). Materialien zu Ernst Blochs »Prinzip Hoffnung«. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1977.
VIEIRA, Antonio Rufino. Marxismo e Libertação: estudos sobre Ernst Bloch e Enrique Dussel. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.
ZIMMERMANN, Rainer E (Org.). Ernst Bloch: Das Prinzip Hoffnung. Berlin: de Gruyter, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).