BLOCH NA AMÉRICA LATINA AS RAÍZES ÉTICAS DA FILOSOFIA DA ESPERANÇA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n21id70891Keywords:
Cristianismo, Filosofia e Teologia da Libertação, Marxismo, Movimentos Sociais, UtopiaAbstract
No presente artigo, busca-se fazer uma breve reconstrução dos percursos históricos e teóricos que permitiram o acolhimento e a apropriação de conceitos fundamentais da filosofia blochiana no interior das inquietações sociais latino-americanas, bem como destacar as particularidades das interpretações difundidas no Brasil. Tendo como fio condutor a busca dos elementos éticos da filosofia blochiana, o percurso se inicia com uma contraposição entre as literaturas secundárias a respeito do autor disponíveis no Brasil e na Alemanha. A ambiguidade entre a manifesta importância dos pressupostos éticos da filosofia da esperança enfatizada pelos comentadores brasileiros contraposta ao papel secundário atribuídos pelos comentadores alemães é, então, explorada a partir de um rastreamento dos caminhos que trouxeram a filosofia blochiana até o continente latino-americano. A despeito do ateísmo do filósofo alemão, na América Latina, a filosofia da esperança aliou-se à “herética” teologia da libertação, sendo essa a sua porta de entrada principal. Aqui, a filosofia de Bloch se confunde e entrecruza com a própria história do marxismo e do cristianismo no continente, repercutindo na originalidade dos movimentos sociais e das bases éticas que os orientam. A utopia, tal qual concebida pelo autor, revela-se como ponto de encontro fundamental entre a fé e a política.
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