SOBRE O FENÔMENO DA INTERATIVIDADE
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n23id71856Palavras-chave:
Arte, Sociedade, Técnica, HumanismoResumo
Trabalhar com componentes de hardware e software, até então destinados à execução exclusiva de tarefas computacionais objetivas, já não parece mais irrelevante para o discurso artístico, fato esse que legitima à Estética Contemporânea a apropriação de uma gama de possibilidades, incluindo a própria análise das relações entre tecnologia e arte. Cabe lembrar que a discussão sobre o fazer artístico por meio de computadores, mesmo de maneira inicial, já aparece por volta dos anos de 1950, em meio a um debate que estava longe de terminar. Para a atualidade do debate, tendo por base um novo estatuto linguístico instaurado pelas tecnologias digitais, é necessário, sob uma ótica distinta, refletir sobre a possibilidade de experienciar a relação entre tempo e espaço - sucessividade e simultaneidade - por meio da imersão interativa nos ambientes virtuais. Sendo assim, este artigo propõe o exame de textos elaborados por teóricos que fundamentaram o chamado ramo da comunicação avançada, discutindo o potencial estético apregoado pelos adeptos da intitulada “arte virtual”, por meio da também denominada “realidade aumentada”. A partir da reflexão sobre os modos de produção da arte nos dias de hoje, baseada na mediação entre necessidade e ação tecnológica, talvez seja possível conceituar e dar sentido histórico concreto a uma ideia de desenvolvimento técnico como forma de potencialização do humano.
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