VERDADE E INÉRCIA SEMÂNTICA: ELEMENTOS PARA A FUSÃO DA SEMÂNTICA COM O PRAGMATISMO
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n23id71864Palavras-chave:
Semântica, Intensão, Pragmatismo, VerdadeResumo
O artigo pretende enunciar os elementos teóricos em que uma fusão entre a semântica e o pragmatismo emerge. Essa conclusão progride através de uma série de teses intermediárias: a de que o valor semântico não pode ser explicitado pelo estudo de uma relação de designação ou mapeamento recursivo (tese anti-mecanicista do significado); a de que a semântica controla normativamente o acesso à noção de verdade e de validade (tese do caráter regulativo da semântica); a de que o valor semântico de duas sentenças pode ser extensionalmente idêntico, embora intensionalmente divergente (a tese intensional); a de que é possível prever essa divergência de comportamento intensional (a tese de que a intensão não é mística); a tese de que a predição de comportamento intensional compõe um estudo da receptividade sensível da língua a possíveis verificadores (tese da diferença entre verdade e verificação); a tese de que o fundamento semântico de uma sentença está ligado à sua sensibilidade receptiva e a de que a semântica estuda meios de prever diferenças de apoio dos verificadores possíveis quando entram em contextos teóricos ou linguísticos incongruentes (tese do potencial inercial). Essas teses nos levarão às primícias de um estudo do que chamaremos de “inércia semântica”, que dará oportunidade para argumentar a favor de uma fusão do pragmatismo com a semântica para estudar as formas como estratégias inferenciais, hipóteses de interpretação e tradução são alavancadas regulativamente, facilitando certas direções inferenciais em detrimento de outras.
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