O CONFRONTO ENTRE O PENSAMENTO PÓS-METAFÍSICO DE JÜRGEN HABERMAS E A NOVA METAFÍSICA DE LORENZ BRUNO PUNTEL
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n24id78022Palavras-chave:
Virada linguística, Pensamento pós-metafísico, Pragmática, Nova metafísicaResumo
O presente artigo busca apresentar duas formas de entender a realidade nos dias de hoje, uma que consiste num pensamento situado e contextual, e outra que se trata de uma visão global da realidade em seus diversos setores e âmbitos. Em primeiro lugar, o pensamento pós-metafísico de Jürgen Habermas, que centralizando a análise na pragmática e na razão comunicativa, situa a questão da verdade num nível epistêmico, transcendental e dessa forma não consegue tematizar, de forma coerente e sistemática, uma teoria do mundo de forma objetiva e realista. Em segundo lugar, a Nova Metafísica de Lorenz B. Puntel, que entende a filosofia enquanto teoria universal que busca a verdade em sua investigação e na qual a semântica surge como dimensão central de articulação da unidade entre linguagem e mundo objetivo, a partir do desenvolvimento de uma nova metafísica, enquanto metafísica do Ser Primordial. Assim, este artigo pretende mostrar as diferenças entre as posições divergentes desses dois filósofos, a partir da tradição de pensamento de mais de dois mil anos que entende a filosofia enquanto teoria abrangente que trabalha as estruturas fundamentais da realidade enquanto tal.
Referências
HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e interesse. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
_____________. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. São Paulo: Loyola, 2004.
_____________. Pensamento pós-metafísico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.
_____________. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução revisada de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2011.
HERRERO, Javier F. O desafio que a teoria sistemático-estrutural de Puntel coloca à filosofia atual (AULA INAUGURAL). Kriterion, Belo Horizonte, n. 125 (2012a): 7-27.
_____________. Ser e Deus na filosofia sistemático estrutural de Puntel. Síntese - Rev. de Filosofia V. 39 N. 124 (2012b): 205-236.
KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução: Alexandre Morujão e Manoela dos Santos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.
KRIPKE, Saul. Naming and Necessity. Oxford: Blackwell, 1972.
LOUX, Michael J. Metaphysics: a contemporary introduction. New York and London: Routledge, 2006.
McDOWELL, John. Mente e mundo. Tradução: João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo: Idéias & Letras, 2005.
OLIVEIRA, Juliano Cordeiro da Costa. Secularismo e religião na democracia deliberativa de Habermas Da pragmática ao déficit ontológico e metafísico. Porto Alegre, Editora Fi; Teresina, EDUFPI, 2018.
OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. A metafísica do ser primordial: L. B. Puntel e o desafio de repensar a metafísica. São Paulo: Loyola, 2019a.
_____________. A ontologia em debate no pensamento contemporâneo. São Paulo: Paulus, 2014.
_____________. Antropologia filosófica contemporânea: subjetividade e inversão teórica. São Paulo: Paulus, 2012a.
_____________. Reviravolta linguístico-pragmática na filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 2006.
_____________. Teoria do ser primordial como tarefa suprema de uma filosofia sistemático-estrutural. Síntese - Rev. de Filosofia v. 39, n. 123 (2012b): 53-79.
_____________. Se, como e com que pressupostos chega a filosofia ao tema “Deus”: a proposta da Metafísica Primordial. Síntese - Rev. de Filosofia, v. 42, n. 134 (2015): 475-501.
_____________. A nova metafísica e a compreensão da religião. Síntese - Rev. de Filosofia v. 47, n. 149 (2020): 469-501.
_____________. Centralidade da Linguagem e a Nova Proposta de Articulação da Teoria Filosófica. In: ___________.; SOUZA, Marcus José Alves de; LIMA FILHO, Maxwell Morais de (Orgs.). Escritos de Filosofia III: Linguagem e Cognição [recurso eletrônico] - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019b, pp. 14-39. Disponível em: http://www.editorafi.org.
PUNTEL, Lorenz B. Estrutura e Ser. Um quadro referencial teórico para uma filosofia sistemática. Trad. Nélio Schneider. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2008.
____________. Ser e Deus. Um enfoque sistemático em confronto com M. Heidegger, É. Lévinas e J. -L. Marion. Tradução: Nélio Schneider. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2011.
_____________. A filosofia como discurso sistemático: diálogos com Emmanuel Tourpe sobre os fundamentos de uma teoria dos entes, do Ser e do Absoluto. Tradução: Nélio Schneider. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2015a.
____________. O pensamento pós-metafísico de Habermas: uma crítica. Síntese - Rev. de Filosofia v. 40, n. 127 (2013): 173-223.
____________. A filosofia e a questão de Deus: um novo enfoque sistemático. Síntese - Rev. de Filosofia, v. 42, n. 134 (2015b): 365-395.
____________. A totalidade do Ser, o Absoluto e o tema “Deus”: um capítulo de uma nova metafísica.
In: ___________.; IMAGUIRE, Guido; ALMEIDA, Custódio Luís S. de; OLIVEIRA, Manfredo Araújo de (Orgs.). Metafísica Contemporânea - Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, pp. 191-222.
PUTNAM, Hilary. Mind, Language and Reality. Cambridge: Cambridge University Press, 1975.
QUINE, W. V. Theories and Things. Cambridge (MA), London: Harvard, 1981.
RORTY, Richard. A filosofia e o espelho da natureza. Tradução: Antônio Trânsito. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
SELLARS, W. Empirismo e filosofia da mente. Com uma introdução de Richard Rorty e um guia de estudos de Robert Brandom. Petrópolis: Vozes, 2003.
TARSKI, Alfred. A concepção semântica da verdade. Tradução de Celso Braida. São Paulo Editora Unesp, 2007.
WITTGENSTEIN, L. Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Filosóficas. Tradução e prefácio de M. S. Lourenço. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).