SENTIDO DA CRÍTICA À RELIGIÃO NO PENSAMENTO DE LUDWIG FEUERBACH

Authors

DOI:

https://doi.org/10.30611/2015n6id5210

Abstract

A reflexão sobre o problema religioso é o centro das preocupações de Ludwig Feuerbach no conjunto de sua obra. Ele propõe a redução, em primeiro lugar, da teologia à antropologia dado ao fato de entender que os mistérios acerca de Deus e da religião explicam-se pelo conhecimento do homem. Seu pensamento, o qual mantém que na base de tudo está a natureza, vem indicar que este cria tanto Deus quanto a religião. A religião, prerrogativa apenas humana, tendo em vista neutralizar o sentimento de dependência e aplacar os desejos, revela-se, nas origens, por meio de celebrações solenes, marcando a devoção à natureza. Deus é resultado, por sua vez, da imaginação do homem e de sua capacidade de fantasiar, de representar. O objetivo de Feuerbach é mostrar que Deus e a religião são um espelho do homem, trazendo, na sua base, a essência dele, algo que este precisaria de fato tomar consciência. Mas, em consequência deste pensamento, contrário aos ditames da tradição, ele é tachado de ateu e inimigo da religião. Pretendo, neste artigo, caracterizar o sentido do problema da religião em Feuerbach visando afastar essas ideias negativas que sobre ele recaem. Para tanto, farei uma análise de várias passagens de três dos seus principais livros, na medida em que, assim, pode-se compreender que a religião é algo necessário ao homem e que ela não pode ser extinta de sua vida, uma vez que a busca de seu crescimento, visando atingir o cume de sua perfeição, passa pelo seu avanço em termos espirituais e pelo alargamento de sua sensibilidade.

Published

2016-10-06

Issue

Section

Dossiê Ludwig Feuerbach: Antropologia e Ética