FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICA DOCENTE: UMA REFLEXÃO À LUZ DO PENSAMENTO CRÍTICO MARXISTA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2017n10id19925Resumen
O artigo propõe-se a analisar os atuais modelos de formação continuada propostos pelo Estado brasileiro aos professores da rede pública de ensino, no âmbito das políticas educacionais e seus programas de formação. O intuito é evidenciar os fundamentos que os embasa buscando compreender a concepção de formação proposta e sua relação com as demandas do capital. Orienta-nos a hipótese de que os programas de formação de professor impostos pelo Estado, ao priorizarem o aperfeiçoamento de competências e habilidades destinadas a soluções imediatistas de problemas restritos à prática docente em sala de aula, possuem teor tecnicista e comprometem a compreensão por parte dos professores acerca do amplo contexto no qual está inserida a sua prática docente. Ao efetuarmos estudo bibliográfico sobre o tema e leitura reflexiva das diretrizes que fundamentam os referidos programas verificamos que o quadro conceitual que consubstancia as competências e habilidades propostas como objetivo da formação encontra-se no âmbito da “epistemologia da prática”- formar o professor reflexivo, crítico, a preparar-se para refletir sobre sua prática docente em circunstâncias reais, no momento da ação. Salientamos que a reflexão sobre a prática docente somente pode ser vislumbrada por meio da formação do pensamento crítico. À luz do conceito de crítica em Marx, o ato da reflexão pressupõe um questionamento, que inclui o exercício do pensamento para o entendimento sobre o modo de agir sobre o mundo, e inclui, portanto, intervenções e mudanças. A construção de uma prática emancipatória na escola, mediada pela ação pedagógica, exige o entendimento dos aspectos sociais e históricos nos quais se insere o professor. Inscreve-se na luta por participação efetiva dos sujeitos envolvidos (educadores e educandos) no planejamento e execução dos programas de formação, na luta por uma pedagogia dialógica, uma pedagogia da práxis.
Palavras-Chave: Política educacional. Formação de professores. Pensamento crítico-marxista. Prática docente. Emancipação humana.
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