FILOSOFIA DO DIÁLOGO: APROXIMAÇÕES ENTRE HANNAH ARENDT E EMMANUEL LÉVINAS
DOI:
https://doi.org/10.30611/2018n13id40088Palabras clave:
Hanna Arendt. Condição humana. Emmanuel Lévinas. Face-a-face. Filosofia do diálogo.Resumen
As obras de Hannah Arendt e de Emmanuel Lévinas não podem ser dissociadas dos eventos catastróficos que marcaram o século XX, em especial, a Segunda Guerra mundial. Ambos vivenciaram a crise do da Civilização Europeia do século passado que havia mergulhado no self ao invés de valorizar a pluralidade. O objetivo do presente artigo é analisar natureza crítica da obra desses pensadores acerca do caráter ontológico e contemplativo da Filosofia Ocidental e como buscaram uma alternativa para o adoecimento do humanismo ocidental por meio de uma Filosofia do diálogo. Para o desenvolvimento desse artigo utilizou-se de uma metodologia hermenêutica e comparativa recorrendo a uma revisão bibliográfica dos pensadores supracitados e de outros que se dedicaram ao tema. A título de conclusão é possível inferir que a Filosofia ontológica que predominou desde o início dos tempos modernos no ocidente desencadeou uma racionalidade desmedida e autossuficiente que reflete e é refletida pela sociedade contemporânea alicerçada no isolamento, na competição, no consumismo e na indiferença. Sujeito apenas aos limites impostos pela própria consciência, o homem moderno se fechou em si mesmo sacrificando a transcendência. Criticando essa ética centrada no eu e indo além da Filosofia do diálogo de Martin Buber, Arendt e Lévinaspropõem uma perspectiva dialógica de pensar o si mesmo a partir e com o outro na busca de uma sociedade justa, assentada na pluralidade e na paz. Depositando uma fé profunda na capacidade humana de agir e realizar o milagre do renascimento, esses filósofos defendem que esse seria o sentido da própria existência.Citas
AGUIAR, Odílio. Filosofia, Política e Ética em Hannah Arendt. Ijuí: Editora Unijuí, 2009.
ALMEIDA, Vanessa Silvers de. Amor mundi e educação. Reflexões sobre o pensamento de Hannah Arendt. Tese de Doutorado. São Paulo, USP, Faculdade de Educação, 2009.
ARENDT, Hannah. Compreender: formação, exílio e totalitarismo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008a.
_____. O conceito de amor em Santo Agostinho. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
_____. (1958). A condição humana. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017.
_____. (1963). Eichmann em Jerusalém. Barcelona: DeBOLS!LLO, 2010.
_____.Homens em Tempos Sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. (MDT)
_____. (1951). Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
_____. (1969). Sobre a violência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
_____. (1963). Sobre a Revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
_____. Trabalho, obra e ação. In: Cadernos de ética filosófica, v. 7, n. 2, 2005, p. 175-201.
_____. La tradidion cachée. Paris: Christian Bourgois Éditeur, 1996.
_____. A vida do espírito. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.
BARBOSA, Kherlley Caxias Batista. O confronto crítico entre Arendt e Heidegger. Perspectivas, vol. 2, n. 1, 2017, p.18-39
BUBER, Martin. Eu e Tu. 2ª ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.
_____. (1952). Eclipse de Dios. México: Fondo de Cultura Económica, 1995.
MAGALHÃES, Teresa Calvet de. Somos do mundo e não apenas no mundo. In: CORREIA, Adriano; NASCIMENTO, Mariângela (org.). Hannah Arendt - Entre o Passado e o Futuro Juiz de Fora: UFJF, 2009, p. 73-88. DÍAZ, Carlos.El humanismo hebreo de Martin Buber. Salamanca: Ed. Mounier, 2004.
DUARTE, A. M.Hannah Arendt e o pensamento político sob o signo do Amor Mundi. In: BINGEMER, Maria Clara L.; YUNES, Eliane (org.). Mulheres de Palavra. São Paulo: Edições Loyola, 2003, p. 09-251.
GÓMES CAFFARENA, J.; MARIA MARDONES, J. Ateismo moderno: increencia ou indiferencia religiosa. México: Universidad Ibero-Americana, 1999.
GÓMEZ-HERAS, J. M. G. Un paseo por el laberinto: sobre política e religión en el diálogo entre civilizaciones. Madrid: Biblioteca Nueva, 2008.
GUINSBURG, Jacó. O judeu e a modernidade. São Paulo: Perspectiva, 1970.
HEIDEGGER, Martin.El ser y el tiempo. México: FCE, 1974.
HUSSERL, Edmund G. Meditaciones cartesianas. Madrid: Ediciones Paulinas, 1979.
KANT. Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993. LAFER, Celso. Hannah Arendt: Pensamento, Persuasão E Poder. São Paulo: Paz e Terra, 1979.
LÉVINAS, E. Ética e infinito. Madrid: Visor, 1991.
_____. De la existencia ao existente. Madrid: Arena Libros, 2000.
_____. Fuera del sujeto. Madrid: Caparrós Editores, 2002.
_____. Humanismo delotrohombre. México: SigloVeintuno, 1974.
______. De lo sagrado a lo santo. Cinco nuevaslecturas talmúdicas. Barcelona: Riopiedrasediciones, 1997.
MACHADO, Felipe D. A. Arendt e Schmitt. Diálogos sobre política. Belo Horizonte: Arraes editores, 2013.
PIMENTA, Leonardo G. Do ily a à hipóstase: a formação da consciência na teoria de Emanuel Lévinas. In: Revista da Faculdade Mineira de Direito, v.15, n. 29, jan./jun. 2012, p. 57-75.
SCHIO, Sônia Maria. A concepção arendtiana de ação humana, a partir de um fragmento de Antígona, de Sófo. In:ethic@, v. 8, n. 2, Dez. 2009, p. 271 – 289.
_____. A ética da responsabilidade em Arendt e Jonas. In: Dissertatio, v. 32, n. 157, 2010, p. 157-174.
SILVA, Ricardo George de Araújo. Ação, pluralidade e política em Hannah Arendt. In:Argumentos, ano 10, n. 19, 2018, p. 73-86.
SUSCASAS, Alberto. Emmanuel Lévinas. Autoperceptión de un proceso historico. In: Antrophos, n. 176, 1998, p. 12-43.
URABAYEN, Julia. Las raíces del humanismo de Lévinas: el Judaísmo y la Fenomenologia. Navarra: Ediciones Universidad de Navarra, 2005.
VÁSQUES MORO, U. El discurso sobre Dios em la obra de E. Lévinas. Madrid: publicaciones de la Universidad Pontificia Comillas, 1982.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).