A relação entre Estado e Religião em Hegel
DOI:
https://doi.org/10.30611/2014n4id5170Resumen
Para Hegel, o Estado e a religião concorrem juntos para formar o espírito do povo (Volksgeist). Por isso, a doutrina deles não pode ser qualquer uma. Bem pelo contrário, em Hegel, a religião e o Estado têm por conteúdo a verdade. Ambos a buscam, apenas a forma de apreendê-la é diferente. Hegel sabe que, para alguns pensadores, as doutrinas da religião e do Estado completam-se; para outros, elas divergem ou, mesmo, seriam opostos. Hegel, porém, crê e prega que as duas doutrinas coincidem ou, pelo menos, deveriam coincidir. Ou seja, na medida em que eles buscam um mesmo conteúdo, Hegel espera que a religião e o Estado reconheçam e apresentem a verdade, que dissipa todo erro. Contudo, também reconhece que eles podem vir a estar em oposição um ao outro, na medida em que a externação das suas doutrinas pode ser diversa e, inclusive, vir a ser oposta. Diante disso, procurando resolver um possível conflito, Hegel acaba apregoando que, quanto à externação, no âmbito do espírito objetivo, a religião pode e mesmo deve vir a passar para o domínio do Estado. Assim sendo, eis porque o presente artigo é uma tentativa de apresentação e análise da relação entre Estado e religião em Hegel, procurando destacar as principais razões pelas quais a externação da doutrina duma religião, no âmbito do espírito objetivo, pode vir a ter que ceder em favor da autoridade do Estado, apontando, para isso, elementos sobre o determinante conceito hegeliano de verdade ou de saber absoluto, objeto religioso e estatal. Para tal, basear-me-ei em textos clássicos e interpretativos hegelianos sobre a relação entre Estado e religião.
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