NADA É REAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE O NIILISMO COMO EXPERIÊNCIA EXISTENCIAL FUNDAMENTAL
DOI:
https://doi.org/10.30611/2023n31id92701Palabras clave:
Niilismo, Nada, Real, correlacionismo, angústiaResumen
Nesse artigo tratamos do niilismo como experiência existencial fundamental e não apenas como diagnóstico de uma época histórica. Investigando a compreensão do niilismo como diagnóstico para a contemporânea desvalorização dos valores supremos cultivados e cultuados pelo ocidente, vimos que essa compreensão histórica do niilismo pode ser ela própria historicizada. Assim, tal caracterização do niilismo aparece como modo de pensamento próprio da concepção de tempo vigente no século XIX. O historicismo próprio ao século XIX atinge seu auge no pensamento heideggeriano do Ser. Restringindo qualquer possibilidade de referência ao ente a um horizonte histórico de significabilidade e compreensibilidade, Heidegger apresenta o caso mais extremo daquilo que Meillassoux chamou de correlacionismo: a crença – de inspiração kantiana – de que não podemos nunca nos referir ao real. Mas na obra do próprio Heidegger, identificamos um elemento a-histórico, capaz de romper as barreiras do correlacioniso e reestabelecer nossa relação com o Real: o Nada. Exploramos os conceitos de angústia e Nada em articulação com o conceito psicanalítico de Real a fim de pensar o niilismo como experiência existencial fundamental capaz de revelar o Nada como mais fundamental que o Ser e a experiência de Haver Existência como Real.
Citas
BACON, F. A nova Atlântida (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 2000
CASTELLS, M. A sociedade em rede. v.I. São Paulo: Paz e Terra, 1999
HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Campinas: EdUNICAMP; Petrópolis: Vozes, 2012
____. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, 2008
____. Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999
____. O que é Metafísica. Tradução de Ernildo Stein. Digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia). Disponível em: https://livros01.livrosgratis.com.br/cv000036.pdf, s/d
KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001
KOSELLECK, R. Futuro Passado. Rio de Janeiro: EdPUC, 2006
MAGNO, MD; MEDEIROS, N. Razão de um percurso. Rio de Janeiro: Novamente, 2015
MEDEIROS, Nelma. O primado heurístico da noção de formação: para uma teoria gnóstica do conhecimento. Lumina, v.2 n.2, Juiz de Fora, 2008
MEILLASSOUX, Q. Después de la finitud. Buenos Aires: Caja Negra, 2015
NIETZSCHE, F. W. Assim falava Zaratustra. São Paulo: Cia das Letras, 2011
____. Ecce Homo. São Paulo: Companhia de Bolso, s/d
SILVEIRA, D. O impacto do Real em um hospital. São Paulo: Dialética, 2022
VATTIMO, G. Diálogos com Nietzsche. São Paulo: Martins Fontes, 2010
VOLPI, F; VANNUCCHI, A. O niilismo. São Paulo: Loyola, 1999.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Diogo Barros Bogéa
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).