O “HOMEM COMUM” NA LITERATURA DE KAFKA: UM CALEIDOSCÓPIO QUE DESMASCARA A ALIENAÇÃO DA VIDA COTIDIANA
DOI:
https://doi.org/10.30611/33n33id94074Palavras-chave:
Franz Kafka, homem comum, Literatura, História, FilosofiaResumo
No ensaio “Franz Kafka: uma reavaliação: por ocasião do vigésimo aniversário de sua morte”, Hannah Arendt desenvolve reflexão sobre a construção das personagens kafkianas, a partir das narrativas O processo (1925) e O castelo (1926), na medida em que os heróis kafkianos “desmascaram as estruturas ocultas da sociedade, que frustra as necessidades mais banais e destrói as mais elevadas intenções do homem” (Arendt, 2016, p. 103). Na Literatura de Franz Kafka (1883-1924), verificamos a força germinativa de sua tessitura literária uma vez que nos proporciona leituras sob prismas filosóficos que ampliam nossa compreensão acerca da condição humana, estabelecendo como protagonista o “homem comum”, por meio de uma “história à contrapelo” (Benjamin, 1994). A partir da tessitura literária kafkiana, tal qual um caleidoscópio, o presente artigo tem o propósito de fomentar o debate filosófico em face da múltiplas possibilidades de diálogo e discussão, sob o prisma de Hannah Arendt, por meio de um análise crítico-comparatista com a Literatura de Dostoiévski; sob os olhares estilísticos e filosóficos de Milan Kundera e Deleuze e Guatarri, entre outros pensadores, ao refletirmos acerca do kafkiano e sobre o conceito de “literatura menor” e a “desterritorialização” da língua, bem como destacaremos uma interpretação marxista por meio do pensador Georg Lukács, acerca da sociedade reificada do capitalismo, sobretudo a partir de A Metamorfose.
Referências
ARENDT, H. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. 10ª ed. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2009.
ARENDT, H. Escritos judaicos. Tradução de Laura Degaspare Monte Mascaro, Luciana Garcia de Oliveira e Thiago Dias da Silva. Barueri, SP: Amarylis, 2016.
ARENDT, H.. Homens em tempos sombrios. Tradução Denise Bottman; posfácio Célso Lafer. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
.COUTINHO, C. N. Lukács, Proust e Kafka: literatura e sociedade no século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura (Obras escolhidas). Trad. Sergio Paulo Rouanet, 7ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994.
BRADBURY, M. O mundo moderno. In: Dez grandes escritores. Trad. Paulo Henriques Brito. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka: para uma literatura menor. Tradução Rafael Godinho. Assírio & Alvim, 2003.
KAFKA, F. O castelo. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
KAFKA, F.. O processo. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
LÖWY, M. Romantismo e messianismo: ensaios sobre Lukács e Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2008b.
LUKÁCS, G. História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MARX, K. O Capital: crítica da economia política: Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
PAWEL. E. O pesadelo da razão: uma biografia de Franz Kafka. Tradução Vera
SARTRE, J. P. O que é literatura? Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Ática, 1993.
STEINER, G. Nenhuma paixão desperdiçada. Rio de Janeiro: Record, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Wesclei Ribeiro da Cunha, Antônio Marcondes dos Santos Pereira, Eduardo Ferreira Chagas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).