POLÍTICAS EDUCACIONAIS E INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: COMPLEXIDADE, IMPACTOS E DESAFIOS
Resumo
O propósito deste ensaio é refletir acerca dos processos de internacionalização e
seus impactos nas políticas educacionais, notadamente do ensino superior. A te-
mática abordada no texto é relativamente recente, complexa e eivada de contradi-
ções. A metodologia é de cunho qualitativo, com pesquisa bibliográfica contida na
literatura nacional e internacional. A mobilidade crescente, especialmente entre
estudantes e países, revela níveis nunca vistos, exigindo novos posicionamentos
das instituições e países. O artigo discute os apelos existentes para o processo de
internacionalização, apontando equívocos que podem decorrer do incremento à
competividade, da mercadorização do conhecimento ou de um novo colonialismo
dos países avançados sobre os periféricos. O objeto de estudo insere-se nas inicia-
tivas crescentes de trocas e intercâmbios entre IES e países lançando questões
sobre as relações de dominação ou de neocolonialismo indesejáveis, mas advo-
gando diálogos interculturais. O trabalho deve plasmar-se no diálogo entre cul-
turas, ressalvando a autonomia universitária e a solidariedade entre os povos, en-
carando-as como um campo social que faculta a produção de conhecimento
internacional. O cenário acadêmico encontra-se pouco contagiado e distraído em
relação aos impactos e às influências da internacionalização. Cabe aos pesquisa-
dores e intelectuais diretamente envolvidos com a universidade, espaço da gênese,
circulação e reconstrução do conhecimento, alertar para a prudente vigilância e a
percepção dos acontecimentos de seu tempo, especialmente aqueles oriundos de
outros territórios e que provocam impactos significativos no seu ser e no seu fazer.
Palavras-chave: Políticas de internacionalização. Globalização. Organismos inter-
nacionais. Diálogo intercultural. Multiculturalismo emancipatório.
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