ESCRITA DE SI: FIOS QUE SE (DES)TECEM EM UMA GRADAÇÃO DE CORES EM CAROLINA MARIA DE JESUS
Resumo
Este ensaio investigou, a partir de uma análise teórico-metodológica repousada nos aportes da AD francesa, como um sujeito de um discurso constitui sua subjetividade através do exercício de uma escrita de si. Ele elencou as singularidades desta escrita de si, especialmente, por intermédio de dois dos diários íntimos de Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo (1960) e Diário de Bitita (2007). Os estudos apresentados, neste trabalho, intencionaram discutir o sujeito como um sujeito da escrita que se vale dela com o intuito de preservar o dia vivido na esperança blanchotiana de que se deve anotar para preservar e preserva-se para não passar incólume. Esta problemática do sujeito, relacionada com o produto de sua escrita, foi tomada por meio dos estudos apresentados por Foucault a partir das noções de escrita de si. Neste exercício de análise discursiva de um corpus de base literária, a partir de noções foucaultianas e de algumas notações temáticas de outros campos teóricos (como da crítica literária e dos estudos bakhtinianos), deliberou-se que a constituição do sujeito em várias posições-sujeito se produziu na e pela contradição: nem totalmente delator, nem propriamente porta-voz dos excluídos.
Referências
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