ARTIFICIOSA PERVERSÃO: DIÁRIO DE UM SEDUTOR E A ESTÉTICA DO SÉCULO XIX

Autores

  • Victor Hermann Mendes Pena Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

Diário de um sedutor, primeiro capítulo da obra Ou isso, ou aquilo: um fragmento de vida, publicado por Søren Kierkegaard, em 1843, apresenta a “consciência artificiosa de um homem perverso", a saber: as entradas do diário do protagonista Johannes, um jovem esteta boêmio, dedicadas ao relato dos diversos artifícios de que lançou mão na conquista e desenvolvimento sensual da pura Cordelia, sua amada. Tendo em vista ser considerado tanto pelo narrador quanto pelo autor como uma espécie de “estudo” estético, o presente artigo busca relacionar as ideias de Johannes com outras noções de estética do século XIX. Para tal, iremos: primeiro, fazer uma breve revisão dessas questões, partindo das análises do filósofo Giorgio Agamben, em O homem sem conteúdo; segundo, introduzir, no afresco de personagens comentadas pelo filósofo (o pintor Frenhofer, do conto A obra-prima ignorada, de Honoré de Balzac; Monsieur Jourdain, protagonista da peça de Moliére; e o Sobrinho de Rameau, do diálogo filosófico imaginado por Diderot), a figura de Johannes, buscando analisar de que modo ele aprofunda e/ou altera a concepção estética possível de ser levantada neste recorte temporal.

Biografia do Autor

Victor Hermann Mendes Pena, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Literatura, Outras Artes e Mídias

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O homem sem conteúdo. Tradução de Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

BALZAC, H. A obra-prima ignorada. In: ______. A comédia humana. Tradução de Gomes da Silva e Vidal de Oliveira. Rio de Janeiro: Globo, 1952. v.15, p.387-412.

HEGEL. Cursos de Estética I. Tradução de Marco Aurélio Werle. São Paulo: Edusp, 2001.

KIERKEGAARD, Soren. Diário de um sedutor. Tradução de Carlos Grifo. In: Os Pensadores – Kierkegaard. São Paulo: Abril Cultural. 1979. p. 1-105.

_______, Estudios estéticos I – Diapsálmata, El erotismo musical. Tradução de Demétrio Gutiérrez Rivero. Espanha: Editora Ágora, 1996.

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Publicado

2018-04-06

Edição

Seção

Estudos Literários