Verba Volant, Scripta Manent: o poder da correspondência em Laub e Cárdenas
Resumo
O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre como se manifestam duas formas de correspondência na literatura, a saber: a carta e o e-mail, mais especificamente no romance, a partir da análise das obras “O tribunal da quinta-feira” (2016), de Michel Laub, e “Cartas para a minha mãe” (2010), de Teresa Cárdenas. Pensando na carta como uma das formas mais antigas de comunicação à distância e como a tecnologia diminuiu isso facilitando a interlocução de forma rápida e eficiente, propõe-se uma análise dos romances acerca deste gênero tão antigo e tão modernizado que é a carta. Em ambas, a correspondência é o eixo central. Sendo que em Laub, esta correspondência se apresenta em forma de e-mails enviados pelo narrador-protagonista a um amigo, enquanto que em Cárdenas manifesta-se através de cartas escritas à mão pela narradora-protagonista destinadas a sua mãe já falecida. Nesse sentido, buscamos apresentar como se dá esta comunicação nessas obras e o que elas revelam sobre seus respectivos narradores. Para refletir sobre o gênero epistolar utilizamos como aporte teórico Nickisch (1991), bem como para discorrer acerca do emissor-narrador utiliza-se os estudos de Leite (1994).
Referências
CÁRDENAS, Teresa. Cartas para a minha mãe. Trad. Eliana Aguilar. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. ESTADO: Centauro editora, 2003.
IZQUIERDO. Iván. A arte de esquecer. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2004.
LAUB, Michel. O tribunal da quinta-feira. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. São Paulo. Duas Cidades, Ed. 34.2000.
LEITE, Ligia Maria Chiappini Moraes. O foco narrativo. São Paulo: Ática, 1994.
MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Estudo da língua falada e aula de língua materna: uma abordagem processual da interação professor/alunos. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
NICKISCH, Reinhard M.G. Brief. Stuttgart: Metzler, 1991.