Zélia Gattai e Norah Lange: espaços e culturas em deslocamento
Resumo
O presente artigo tem o objetivo de demonstrar, por meio de uma aproximação entre as escrituras de Norah Lange e Zélia Gattai, como a produção dessas duas autoras, em relação às narrativas de memória, participa de um constante processo de deslocamento cultural, ampliando nossa visão acerca das ideias sobre uma identidade única, evidenciando um constante movimento entre culturas, situando-se, a partir de um projeto estético em suas escritas, em um lugar do meio, na cultura latino-americana. Para concretização dessa análise, utilizaremos uma abordagem da literatura comparada em que, aliando aspectos de suas escritas aos respectivos contextos de sua produção, veremos como a representação de realidades, a princípio tão distintas, toca-se, pluraliza-se, a partir de pontos em comum, na escrita memorialista dessas duas grandes mulheres. Nesse sentido, a partir dessas “escritas em movimento”, analisaremos alguns trechos de diários, cartas e conferências, de cada uma dessas duas grandes vozes e partícipes de processos importantes da história e cultura, do Brasil e da Argentina, respectivamente. Nesse percurso teórico, alguns textos nos servirão de arcabouço para nossa investigação comparativa, como Ruiz Sánchez (2005), Halbwachs (1990), Leonor Arfuch (2010), Ottmar Ette (2018), Mizraje (1999), entre outras pensadoras e pensadores que nos auxiliarão nesse percurso.
Referências
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