O fantástico em Pernambuco
leituras do espaço em Assombração no Rio Formoso, de Jayme Griz
Resumo
O presente artigo visa analisar o espaço no conto “Assombração no Rio Formoso”, presente na obra O Cara de Fogo, do escritor pernambucano Jayme Griz, à luz do fantástico. Os pressupostos teóricos sobre a espacialidade, como no livro Teorias do espaço literário, de Luis Alberto Brandão, e a respeito do fantástico, em A ameaça do fantástico, de David Roas, fundamentam refletir sobre os territórios ficcionais e as modificações que ocorrem na presença de seres e acontecimentos sobrenaturais, cujo resultado intervém na percepção acerca do campo social. Esta análise mantém uma perspectiva dialética, na qual os componentes da realidade colaboram para compreender a cultura e as crenças de assombrações na Zona da Mata de Pernambuco, do qual o ethos fornece uma leitura de vida que a literatura griziana abrange. A propósito desse quadro literário, as perspectivas sobre o espaço reacendem a representação de uma sociedade que possui, na estética ficcional e na realidade, uma relação conflituosa com a ideia de um mundo passível de instabilidade e ameaças à lógica racional.