Experimentalismo na Imprensa Alternativa
Flor do Mal e Navilouca
Resumo
A “imprensa alternativa” desenvolveu-se na década de 1970, durante a ditadura militar. Estas oferecem um campo profícuo à pesquisa, constituindo uma chave importante para compreensão da produção literária deste cenário. Concentramo-nos em duas emblemáticas publicações no campo da contracultura: a Flor do Mal, organizada por Luiz Carlos Maciel e Rogério Duarte, vinculada ao jornal O Pasquim, cuja gênese foi a coluna Underground; e a Navilouca, organizada por Torquato Neto e Waly Salomão, apresentando um painel das principais vertentes artísticas e literárias no campo da experimentação. Ambas exerceram larga influência estética nas revistas alternativas que apareceram por toda década. Nas cinco publicações da Flor do Mal, é peculiar a forma das edições, com ensaios e chamadas escritos à mão e textos abarcando temas do universo da contracultura. Característica herdada pela Navilouca: burlando formas estabelecidas, atua como espaço múltiplo, onde se conectam as principais vertentes artísticas da época. Trata-se de perceber o alcance e a dimensão histórica, política e cultural da literatura alternativa durante o processo ditatorial pós AI-5. Refletimos a configuração da (contra) cultura brasileira na passagem do Tropicalismo à Cultura Marginal, tendo eixo nas publicações marcos da contracultura brasileira. A pesquisa fundamenta-se em Hollanda (1981), Neto (2005) e Favaretto (2019).