No fundo do canto, guinendade e distopia na poesia pós-colonial de Odete Semedo
Resumo
O presente artigo examina como a poesia guineense em língua portuguesa retrata os problemas recentes pelos quais o país tem passado e de que forma tais conflitos, literariamente elaborados através da memória, têm moldado a identidade nacional do guineense e convergido para o fortalecimento de uma resistência ao “(neo)colonialismo”. Para isso utilizaremos o percurso narrativo desenvolvido em alguns poemas da obra No fundo do canto (2007), de Odete Semedo, uma vez que essa obra retrata um contexto de históricos conflitos na Guiné-Bissau. A análise ilustra a partir da investigação as características das múltiplas representações da guinendade como sentimento de pertencimento à nação guineense que ainda vivencia as amarras coloniais pelas políticas de estado. A realização deste trabalho propõe a interação entre a obra de Odete Semedo e alguns pensamentos de estudiosos e teóricos como: Homi Bhabha (2003), Franz Fanon (1969), Stuart Hall (2009), Benedict Anderson (1983), Moema Parente Augel (1998) e outros estudiosos visitados no percurso da produção.