Quadros de esperança em Maurice, de E. M. Forster, e Se a rua Beale falasse, de James Baldwin

Autores

  • José Ailson Lemos de Souza

Resumo

Maurice (1913/2006), de E. M. Forster, e Se a rua Beale falasse (1974/2019), de James Baldwin, são romances exemplares de como determinado contexto social perturba a criação literária, problematizando seu escopo e limites, e, ao mesmo tempo, oferecendo aos escritores a oportunidade de elaborações inusitadas no interior de suas respectivas obras. O propósito do presente artigo é destacar as estratégias dos autores para tratar de vidas minorizadas, conteúdos pouco explorados na ficção de cada época. Os romances produzem quadros de esperança, como o final feliz para os amantes em Maurice e rituais de afeto em Se a rua Beale falasse, demarcando um claro posicionamento político a partir da ficção. Antes de apresentarmos como cada autor percebia os limites da forma romanesca frente aos conteúdos abordados e nossa própria leitura dos romances, discorremos brevemente sobre a visão de Lukács quanto à relação entre forma e material temático a partir da leitura de Judith Butler (2015). O investimento dos autores em quadros de esperança para temáticas atreladas à opressão indica uma estratégia política para expressar permanência e resistência na ficção. 

Palavras-chave 

M. Forster. Esperança. James Baldwin. Literaturas de língua inglesa. 

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Publicado

2024-02-21