IA, Educação e Contemporaneidade

dos ambientes às assemblagens

Autores

  • Priscila Gonsales UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.36517/psg.v14iespecial.88632

Resumo

Dado o avanço das plataformas de inteligência artificial (IA) na educação desde a pandemia, o objetivo deste artigo é investigar a contribuição do conceito de assemblagem cognitiva para ressignificar o que se entende por “ambiente de aprendizagem”. Para além da mera reprodução, no virtual, da dinâmica de sala de aula e/ou da configuração escolar, ambientes de aprendizagem se tornam cada vez mais “assemblagens”, isto é, conjuntos de relações entre agentes humanos conscientes e não-humanos (tecnologias) em vários níveis e locais, com limites variando conforme mudam as condições e os contextos. Nesse sentido, como metodologia, buscou-se analisar documentos e conclusões de pesquisas acadêmicas que abordam a visão neutra e utilitarista da educação em relação à IA, tida como fonte de “inovação”. Dentre as origens dessa crença está a ainda presente perspectiva emancipatória e democrática dos primórdios da WEB (anos 90), mas que hoje se transformou completamente dando lugar a preocupações sociais como proteção de dados, vigilância, desinformação e vieses algorítmicos. Foi utilizado, ainda, o relato de experiência da plataforma Pilares do Futuro (pilaresdofuturo.org.br), voltada para a formação de educadores em temas contemporâneos de cidadania digital; a plataforma é um recurso educacional aberto (REA), que incentiva o compartilhamento e o “remix” de boas práticas pelos próprios educadores. Concluiu-se que os impactos da IA são praticamente desconhecidos (e, de certa forma, menosprezados) por educadores e gestores e que educar para a cidadania digital requer um senso de coletividade e bem comum presente na ideia de assemblagens (e não de ambientes).

Biografia do Autor

Priscila Gonsales, UNICAMP

Doutoranda em Linguagens e Tecnologias no Instituto de Estudos da Linguagem na UNICAMP, pesquisadora visitante na University of Bristol (bolsa CAPES-PRINT), mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP e em Educação, Família e Tecnologia pela Universidad Pontifícia de Salamanca (Espanha), pós-graduada em Gestão de Processos Comunicacionais pela ECA-USP, com ênfase na inter-relação comunicação e educação (Educomunicação). Pesquisadora dos grupos CNPq Iniciativa Educação Aberta, da Universidade de Brasília e Linguagens, Tecnologias e Pós-humanismo da UNICAMP. Diretora-fundadora do Instituto Educadigital, professora da pós-graduação Formação Integral de Educadores no Instituto Singularidades (módulo Design Thinking) e do curso de extensão Adolescência e Mídias Interativas da PUC-SP. Cursou Design Thinking na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), primeiro curso no tema no país. Graduada em Jornalismo pela Fundação Cásper Líbero. Atua como pesquisadora e coordenadora de projetos em instituições educacionais e organizações do terceiro setor desde 2000, com vasta experiência em formação continuada docente, concepção, planejamento e gestão de programas/projetos e eventos educacionais, gerenciamento de equipes, relações com órgãos públicos e não-governamentais, idealização e produção de estudos e materiais educativos e institucionais multimidiáticos. Em 2013 foi nomeada fellow pela Ashoka Empreendedores Sociais, em 2018 Innovactora del Siglo XXI pela Universidad de Navarra/Espanha e parceiros. Área foco: EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS e DIREITOS DIGITAIS.

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Publicado

2023-12-28

Como Citar

Gonsales, P. (2023). IA, Educação e Contemporaneidade: dos ambientes às assemblagens. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 14(especial), 54–82. https://doi.org/10.36517/psg.v14iespecial.88632