Comunidades terapêuticas: conceito e prática de uma experiência dos anos sessenta

Autores/as

  • Maria Stella Brandão Goulart Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Palabras clave:

Comunidade Terapêutica, Saúde Mental, Reforma Psiquiátrica.

Resumen

Este artigo compartilha informações acerca do conceito de comunidade terapêutica, a partir de uma experiência de grande repercussão realizada nos anos sessenta em um hospital psiquiátrico mineiro, na cidade de Belo Horizonte. A discussão resulta de pesquisa histórica intitulada “Hospital Galba Velloso e as vicissitudes da história da Reforma Psiquiátrica mineira nos anos sessenta”. A metodologia empregada nesta investigação valeu-se de fontes orais e do estudo de acervo de prontuários do hospital, configurando um esforço no campo da psicologia social e da história da psicologia, de modo a contribuir para o tema identificado como o da Reforma Psiquiátrica brasileira. Como conclusão, constata-se as limitações das concepções tradicionalmente consagradas de utilização do espaço asilar como lócus de construção de um trabalho terapêutico, indicando, isso sim, a utilização do dispositivo hospitalar como ferramenta de construção dos espaços corporativos da psiquiatria.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Stella Brandão Goulart, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Doutora em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Departamento de Psicologia da UFMG.

Citas

Amarante, P. (Coord.) (2005). Arquivos de saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: NAU.

Amarante, P. (Coord). (1998). Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ.

Amarante, P. (1994). Psiquiatria social e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz.

Baggio, M. A. Uma história da psiquiatria mineira: turma do Galba. Disponível em: http://www.jmpsiquiatria.com.br/edicao_16/historia_16.htm> Acesso em: 01 de Agosto de 2006.

Barbier, R. (1985). Problemática e metodologia da pesquisa ação institucional. In Barbier, René. A pesquisa ação na instituição educativa. RJ: Jorge Zahar. (pp. 45-67).

Barreto, F. P. (1999). Reforma Psiquiátrica e movimento lacaniano. Belo Horizonte: Itatiaia.

Barros, J. D'A. (2004). O Campo da História: Especialidades e Abordagens. Petrópolis, RJ. Vozes.

Basaglia, F. (Coord) (1985). A instituição negada: relato de um hospital psiquiátrico. Rio de Janeiro: Graal.

Basaglia, F. (1981). Scritti: 1953-1968. Torino: Giulio Einaudi, (vol. 1).

Basaglia, F. (2000). Conferenze brasiliane. Milano: Raffaello Cortina.

Brasil, M. S. (2000). Legislação em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde.

Brozek, J. & Guerra, E. L. (1996). O que fazem os historiógrafos? In Campos, R. H. F. Historia da psicologia. Coletâneas da ANPEP (Vol. 1, número 15 Setembro 1996).

Campling, P. (2001). Therapeutic Communities. Jornal Britânico de Psiquiatria. Disponível em: http://www.apt.rcpsych.org.cgi/content/full/7/5/365 > Acesso em 03 de março de 2007.

Carr, E. H (2002). Que é história. São Paulo: Paz e Terra.

Corrêa, A. C. et al & Rangel, E. & Velloso, F. M., Barreto, F. P. & Paprocki, J. & Lippi, J. R. (1971). Assistência Psiquiátrica Pública em Minas Gerais. Revista do Centro de Estudos Galba Velloso. (pp.41-68)

Costa, N. R., & Tundis, S. A. (Org.) (1987). Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Petrópolis: Vozes.

Fausto, B. (2006). História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp.

Ferreira, M. M. & Amado, J. (2005). Usos e abusos da História Oral. 7ª. Ed. RJ; FGV. (pp. 277).

Firmino, H. (1982). Nos porões da loucura. Rio de Janeiro: CODECRI.

Goffman, E. (2001). Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva.

Goulart, M. S. B. (1992). O ambulatório de saúde mental em questão: desafios do novo e reprodução de velhas fórmulas. Belo Horizonte: UFMG. 1992. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Sociologia.

Goulart, M. S. B. (2004). De profissionais a militantes - a luta antimanicomial dos psiquiatras italianos nos anos 60 e 70. Belo Horizonte: UFMG. 2004. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. (pp. 299).

Goulart, M. S. B. (2006). A construção da mudança nas instituições sociais: a reforma psiquiátrica. Pesquisas e Práticas Psicossociais, v. 1, n.1, São João Del Rei, jun. Consultado em: http://www.ufsj.edu.br/Pagina/ppplapip/Arquivos/A_Construcao_da_Mudanca_nas_Instituicoes_Sociais..._MSB_Goulart.pdf

Goulart, M. S. B. (2009). Relatório final de pesquisa: Hospital Galba Velloso e as vicissitudes da Reforma Psiquiátrica mineira. Horizonte. (pp. 132).

Goulart, M. S. B. & Santos, N. A. (2011). Departamento de orientação e treinamento do Banco da Lavoura (DOT) – 1958-1969. In JACÓ-VILELA (org). Dicionário de instituições de psicologia no Brasil. RJ: Imago.

Goulart, M. S. B. & Socorro, E. (2011). Hospital Galba Velloso (HGV) - 1961. In JACÓ-VILELA (org). Dicionário de instituições de psicologia no Brasil. RJ: Imago.

Jepperson, R. L. (1991). Institutions, institutional effects, and institutionalism. In Powell, W. W. and DiMaggio, P. J. The new institutionalism in organizational analysis. Chicago/London: The University of Chicago Press.

Lourau, R. (1974). A análise institucional. Petrópolis: Vozes.

Machado, M. N. M.(2002). Entrevista de pesquisa: a interação pesquisador/pesquisado. Belo Horizonte: C/ Arte.

Mancebo, D. (2004). Historia e psicologia: um encontro necessário e suas “armadilhas”. In Massimi, M. & Guedes, M. C. (orgs). História da Psicologia no Brasil – novos estudos. SP: EDUC; Cortez. (pp. 252).

Mascarenhas, M. E. B. (2003). Hospital Galba Veloso: do Hospital à Rede, um projeto em construção. Jornal O Risco. Associação Mineira de Psiquiatria. Belo Horizonte; Jun.

Mendonça, J. L.; Coelho, R. S. & Gusmão, S. (2006). História da Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (1911-1961). Sociedade Brasileira de História da Medicina. Recuperado em 02 de agosto de 2008 de http://www.sbhm.org.br/index.asp?p=noticias&codigo=89>

Moffatt, A. (1980). Psicoterapia do oprimido: ideologia e técnica da psiquiatria popular. São Paulo: Cortez.

Moreira, D. (1983). Psiquiatria: controle e repressão social. Petrópolis: Vozes.

Moretzon, J. A. (1989). História da psiquiatria mineira. Belo Horizonte: COOPMED.

Neves, F. J. L. (1999). Trinta Anos esta noite: reflexões de um observador distante, porém atento, sobre a prática da psiquiatria hoje. Belo Horizonte. (mimeo)

Paprocki, J. & Rangel, E. (1969). Open – Door Integral em Hospital Psiquiátrico Público. Revista do Centro de Estudos Galba Velloso, pp.91-106.

Pimenta, A. C. et al. (1969). Psicofármacos. Centro de Estudos “Galba Velloso”. Belo Horizonte Minas Gerais.

Resende, H. (1987). Política de saúde mental no Brasil: visão histórica. In: TUNIS, S.A. e COSTA, N. R. (orgs). Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Rio de Janeiro, Vozes/ABRASCO.

Spandler, H. (2006). Asylum to Action: Paddington Day Hospital, Therapeutic Communities and Beyond. London: Jessica kingsley. (pp. 176).

Souza, C. M. P.; Assumpção, E. P. & Mascarenhas, Maria Eugênia Benjamin (2005). Plano Diretor. Hospital Galba Veloso.

Starling, Heloisa Maria M (1986). Os senhores das Gerais – os novos inconfidentes e o Golpe de 1964. Petrópolis: Vozes.

Vasconcelos, E. M. (2000). Breve periodização histórica do processo de reforma psiquiátrica no Brasil recente. In: VASCONCELOS, Eduardo M. (org) Saúde mental e serviço social – o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade. (pp. 19-34).

Recebido em 16 de outubro de 2014.

Aprovado para publicação em 02 de dezembro de 2014.

Publicado

2014-12-19

Cómo citar

Goulart, M. S. B. (2014). Comunidades terapêuticas: conceito e prática de uma experiência dos anos sessenta. Revista De Psicologia, 5(2), 53–69. Recuperado a partir de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/1476

Número

Sección

Artigos