Planos de demissão voluntária: reflexos sobre a relação indivíduo-trabalho

Autores/as

  • Natália Diógenes de Brito Universidade Federal de Ceará
  • Cássio Adriano Braz de Aquino Universidade Federal do Ceará

Palabras clave:

Neoliberalismo, plano de demissão voluntária, privatização.

Resumen

O presente trabalho marca uma das etapas de produção da dissertação do mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC. Diante do momento de marcada instabilidade econômica no cenário brasileiro, representada por fatores como o aumento da inflação, o recuo no crescimento de numerosos setores da economia e a grande redução de postos de trabalho, vimos ressurgir estratégias organizacionais que visam a manutenção dos lucros, alicerçadas em ações que permitam mudanças rápidas e significativas para os empreendimentos que as adotam. Tem-se como objetivo investigar a utilização de uma das estratégias que reapareceu nesse momento de crise, a saber, os Planos de Demissão Voluntária (PDVs). Historicamente, a intensificação de sua aplicação no Brasil se deu no decurso da década de 1990, caracterizada pela adoção de medidas político-econômicas neoliberais, ademais da política de privatização de empresas nacionais. Através de uma revisão bibliográfica, analisaremos os desdobramentos da tentativa de implantação do projeto neoliberal no Brasil, tomando como foco as transformações na dinâmica do trabalho no contexto nacional e suas principais consequências para os trabalhadores. Buscaremos refletir acerca da utilização dos PDVs enquanto mecanismos de desmantelamento do setor público à época, e sobre seus objetivos e possíveis repercussões na atualidade.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Natália Diógenes de Brito, Universidade Federal de Ceará

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (POSPSI/FUNCAP).

Cássio Adriano Braz de Aquino, Universidade Federal do Ceará

Doutor em Psicologia Social pela UniversidadComplutense de Madrid

Citas

Alves, G. A. P. (2000). Do ‘novo sindicalismo’

à ‘concertação social’ - ascensão e crise

do sindicalismo no Brasil (1978-1998).

Revista de Sociologia e Política, (15), pp.

-124.

Alves, G. A. P. (2002). Trabalho e Sindicalismo

no Brasil: Um balanço crítico da

década neoliberal (1990-2000). Revista de

Sociologia e Política, (19), pp. 71-94.

Alves, G., & Antunes, R. (2004). As mutações

do mundo do trabalho na era da

mundialização do capital. Educação e Sociedade,

(87), pp. 335-351.

Bessi, V. G. (2003). Subjetividade em Tempos

de Reestruturação do Trabalho Bancário e Programa de Apoio à Demissão Voluntária.

Dissertação de mestrado, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre, RS, Brasil.

Boito, A. (2006). As relações de classe na

nova fase do neoliberalismo no Brasil. In

Caetano, G.Sujetos sociales y nuevas formas

de protesta en la historia reciente de

América Latina (pp. 271-297). Buenos Aires:

Clacso.

Caldas, M. P. (1998). Demissão, Plural e

Singular: Um estudo sobre enxugamentos

de pessoal no nível organizacional e sobre

perda de emprego no nível individual. Tese

de doutorado, Fundação Getúlio Vargas,

São Paulo, SP, Brasil.

Caldeira, C. (2014). Inscrições para o PIDV.

Revista Espaço Aberto, 166. Recuperado

em 05 janeiro, 2016, de http://www5.

usp.br/69729/abertas-inscricoes-para-

-o-programa-de-incentivo-a-demissao-voluntaria-

pidv

Cardoso, A. M. (2000). Problemas de representação

do sindicalismo brasileiro. Seminário

internacional Transiciones políticas

y procesos de recomposición sindical. GT

Trabajo, Sujetos y Organizaciones Laborales

del CLACSO, México.

Carrijo, D. C. de M., & Navarro, V. L.

(2009). LER e Planos de Demissão Voluntária:

trajetórias de dor e sofrimento entre

bancários.Cadernos de Psicologia Social

do Trabalho, 12(2), pp. 157-171.

Carvalheiro, N.(2000). Criação e Destruição

de Empregos no Brasil no Período 1990/96

- A Óptica das Matrizes de Insumo-Produto.

In A. Kon, C. Banko, D. Melcher, &

M. C. Cacciamali. Costos Sociales de Las

Reformas Neoliberales en América Latina.

(pp. 86-109). São Paulo: Pontifica Universidade

Católica de São Paulo.

Chiavenato, I. (2009). Recursos humanos: o

capital humano nas organizações (9a ed.).

Rio de Janeiro: Elsevier.

Correia, M. B. M. (2008). Programa de Demissão

Voluntária: Uma Reflexão Sobre os

Efeitos do PDV nos Trabalhadores Idosos

da PUCSP. Dissertação de mestrado, Pontifica

Universidade Católica de São Paulo,

São Paulo, SP, Brasil.

Cunha, E.R., & Mazzilli, C. P. (2005). A gestão

do medo: o mal como instrumento de

gestão na ótica da psicodinâmica do trabalho.

Revista da ABET, 5(2), pp. 69-96.

Dejours, C. (2007). A banalização da injustiça

social (7a ed.). (L. A. Monjardim, Trad.).

Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

(Obra original publicada em 1998).

Filgueiras, L. (2006). O neoliberalismo no

Brasil: estrutura, dinâmica e ajuste do

modelo econômico. In E. M. Basualdo, &

E. Arceo. Neoliberalismo y sectores dominantes.

Tendencias globales y experiencias

nacionales (pp. 179-206). Buenos Aires:

Consejo Latinoamericano de Ciencias

Sociales.

Fitch Ratings. (2016). Brazilian Corporates

- Carnival Provides Relief From Misery.

Recuperado em 10 fevereiro, 2016, de https://

www.fitchratings.com/site/fitch-

-home/pressrelease?id=999175

Gaulejac, V. de. (2007). Gestão Como Doença

Social (1a ed.). (I. Storniolo, Trad.). Aparecida:

Ideias & Letras. (Obra original publicada

em 2005).

Grimm, S. R. (2002). Estudo sobre os funcionários

da EPAGRI que aderiram ao plano

de demissão voluntária. Trabalho de

Conclusão de Estágio, Universidade Federal

de Santa Catarina, Florianópolis, SC,

Brasil.

Harvey, D. (2008). O Neoliberalismo (2a ed).

(A. Sobral, M. S. Gonçalves, Trad.). São

Paulo: Edições Loyola Jesuítas. (Obra original

publicada em 2005).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

(1979). Sistema Nacional de Índices de

Preços ao Consumidor. Recuperado em 02

março, 2016, de http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/

inpc_ipca/defaultinpc.shtm

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

(1999). Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios. Recuperado em 02 março,

, de http://www.ibge.gov.br/home/

estatistica/populacao/trabalhoerendimento/

pnad99/coment99.shtm

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

(2016). Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios Contínua. Recuperado

em 15 março, 2016, de http://saladeimprensa.

ibge.gov.br/noticias.html?view=n

oticia&id=1&idnoticia=3122&busca=1&t

=pnad-continua-taxa-desocupacao-foi-9-

-0-quarto-trimestre-2015-media-ano

Leite, M. C. F. A. (2000). Plano de demissão

ou desligamento voluntário : natureza individual

ou coletiva? Revista do Tribunal

Regional do Trabalho da 15 Região, 10,

pp. 126-135.

Leme, P. R. S. P. (2000). Análise do Significado

do Programa de Demissões Voluntárias

do Banco do Brasil. Dissertação de

mestrado, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

Macleod, I. (1965). Economic Affairs. Recuperado

em 18 fevereiro, 2016, de http://

hansard.millbanksystems.com/commons/

/nov/17/economic-affairs

Marconsin, C., Marconsin, A., &Forti, V.

(2012).Neoliberalismo e reestruturação

produtiva: debatendo a flexibilização dos

direitos trabalhistas no Brasil. Serviço Social

em Revista, 14(2), pp. 23-46.

Ministério do Trabalho e Emprego. (2015)

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

Recuperado em 07 março,

, de http://acesso.mte.gov.br/data/

files/8A7C816A4FF110CB015260E7D9F

A/Brasil%20Dezembro%202015%20

com%20acertos.pdf

Mont Pelerin Society. (1947). Statement of

Aims. Recuperado em 10 fevereiro, 2016,

de https://www.montpelerin.org/statement-

of-aims

Montenegro, D. M. (2007). Reestruturação

Produtiva, Neoliberalismo e Crise: Precarização

do Trabalho e Informalidade no

Brasil. Anais da III Jornada Internacional

de Políticas Públicas. São Luís, MA, Brasil.

Petrobras. (2014). Nosso lucro no 1º trimestre

de 2014 e o Plano de Incentivo ao Desligamento

Voluntário - PIDV. Recuperado em

janeiro, 2016, de http://www.petrobras.

com.br/fatos-e-dados/nosso-lucro-

-no-1-trimestre-de-2014-e-o-plano-de-incentivo-

ao-desligamento-voluntario-pidv.

htm

Pereira, L.C. B. (1990). A crise da América

Latina: Consenso de Washington ou crise

fiscal?.Pesquisa e Planejamento Econômico,

(1), pp. 3-23.

Pfeilsticker, Z. V. S. (2008). Demissão Voluntária:

passagem da estabilidade para

as vulnerabilidades do mundo do trabalho.

Tese de doutorado, Universidade de Brasília,

Brasília, DF, Brasil.

Pinto, H. P. P. (2009) Programa de demissão

voluntária: uma opção para empresas

e empregados. Conteúdo Jurídico.

Recuperado em 13 janeiro, 2016,

de http://www.conteudojuridico.com.

br/?artigos&ver=2.23354.

Rabelo, L. M. G., & Barbosa, C. D. (2012).

Precariedade, condições de trabalho, terceirização.

Congresso Internacional Interdisciplinar

em Sociais e Humanidades,

Niterói. Rio de Janeiro.

Ramos, L. (2002). A evolução da informalidade

no Brasil metropolitano: 1991-2001

(Texto para Discussão Nº 914). Rio de Janeiro,

RJ: IPEA.

Silva, L. S., Pinheiro, T. M. M., & Sakurai,

E. (2007). Reestruturação produtiva, impactos

na saúde e sofrimento mental: o

caso de um banco estatal em Minas Gerais,

Brasil. Cadernos de Saúde Pública

(FIOCRUZ), 23(12), pp. 2949-2958.

Ulyssea, G. (2006). Informalidade no Mercado

de Trabalho Brasileiro: uma resenha

da literatura. Revista de Economia Política,

(4), pp. 596-618.

Vidangos, E. C. (2007). Transformações das

relações de trabalho e sindicalismo no Brasil

e no Peru 1990 – 2000. Tese de doutorado,

Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

Vidal, K. M. (2010). Identificação de perdas

de conhecimento organizacional em Programas

de Desligamento Voluntário - PDVs:

Estudo de Caso da ECT Empresa Brasileira

de Correios e Telégrafos. Dissertação de

mestrado, Universidade de Brasília, Brasília,

DF, Brasil.

Vizentini, P. F. (2005). De FHC a Lula. Uma

década de política externa (1995-2005).

Civitas - Revista de Ciências Sociais, 5(2),

pp. 381-397.

Publicado

2016-06-30

Cómo citar

de Brito, N. D., & Braz de Aquino, C. A. (2016). Planos de demissão voluntária: reflexos sobre a relação indivíduo-trabalho. Revista De Psicologia, 7(1), 38–50. Recuperado a partir de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/3671

Número

Sección

Artigos