Ideologia como estratégia de colonização da subjetividade na sociedade capitalista contemporânea / Ideology as a strategy of the colonization of the subjectivity in the contemporary capitalist society

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36517/revpsiufc.11.1.2020.13

Resumen

O conceito de ideologia, historicamente, incitou diversas polêmicas e interpretações em torno de seu uso. Dessa maneira, houve uma tendência à sua neutralização e abandono. O presente artigo visa resgatar o caráter crítico do conceito. Para tanto, vamos nos valer de um estudo teórico sobre o tema para cumprir o objetivo de ler e interpretar a ideologia nos discursos a partir de uma aproximação entre psicanálise e marxismo. Nessa perspectiva teórica, veremos que a ideologia se torna uma estratégia de colonização da subjetividade em uma sociedade capitalista e que, portanto, traz sofrimento para as pessoas. A partir das contribuições de autores como Ernesto Laclau foi possível analisar como a ideologia se manifesta na linguagem, produzindo engodo e distanciamento do pensamento à realidade material que organiza o ser social. Dessa maneira, a ideologia opera na produção de uma fantasia que acoberta a impossibilidade de plenitude em que todos estariam representados pelo capitalismo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Fernanda Klunck, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Psicóloga graduada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Com interesse na psicologia social crítica, realizou pesquisas sobre ideologia, saberes populares e a arte como ferramenta para intervenções sociais. Tem atuado nos campos da saúde mental, realizando estágios nos Centros de Atenção Psicossocial de Montenegro e São Leopoldo, e na defesa dos direitos das mulheres, atuando no Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Montenegro.

Nadir Lara Junior, Unicentro

Pós-doutor no departamento de Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo - USP (2018); Mestre (2004) e Doutor (2010) em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. Realizou estágio de Doutorado na Manchester Metropolitan University (2008). Tem experiência na área de Psicologia Social Crítica e também Psicologia Clínica. Suas áreas de interesses são: psicanálise, marxismo, teoria política e relações de trabalho.

Jean Jeison Führ, Unisinos

Mestre, graduando e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Especialista em Saúde Pública pela AVM Faculdades Integradas. Autor do livro Repensando o Público e o Privado junto ao SUS e um dos autores dos livros: Ernesto Laclau e seu legado transdiciplinar e Diálogos Sociológicos - Perspectivas Contemporâneas. Exerce o cargo de Assessor Administrativo e a função de Presidente da Comissão de Sindicâncias e Processos Administrativos Disciplinares no Município de Nova Hartz - RS. Participou como membro do Grupo de Estudos Ideologias Políticas e Movimentos Sociais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, tendo experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Instituições Governamentais Específicas, atuando principalmente nos seguintes temas: Estado, Saúde Pública, Relação Público - Privado, Controle Social e Formação em Saúde.

Citas

Althusser, L. (1970). Aparelhos ideológicos de estado. Lisboa/São Paulo: Presença/Martins Fontes.

Brandão, H. H. N. (2004). Introdução à análise do discurso (2a ed.). Campinas: Editora da Unicamp.

Cerqueira Filho, G. (1988). Análise social da ideologia. São Paulo: E.P.U.

Chauí, M. (1980). O que é ideologia? Coleção Primeiros Passos (37a ed.). São Paulo: Editora Brasiliense.

Crochík, J. L. (1998). Os desafios atuais do estudo da subjetividade na Psicologia. Psicologia USP, 9(2), 69-85.

Dantas, B. S. (2011). Religião e Política: Ideologia e ação da “bancada evangélica” na Câmara Federal (Tese de Doutorado). Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Dunker, C. I. L. (2005). Zizek: um pensador e suas sombras. In C. I. L, Dunker; J. L. A, Prado. (Org.). Zizek Crítico - política e psicanálise na era do multiculturalismo (47-80). São Paulo: Hucitec.

Eagleton, T. (1997). Ideologia: uma introdução. São Paulo: Boitempo.

Engels, F. & Marx, K. (1846/2009). A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo.

Freud, S. (1930/1997). O mal-estar na cultura. Porto Alegre, RS: L&PM.

Glynos, J. & Stavrakakis, Y. (2008). Lacan and political subjectivity: fantasy and enjoyment in psychoanalisys and political theory. Subjectivity, 24, 256–274.

Gracia, T. I. (2004). O "giro linguístico". In L, Iñiguez. Manual de análise do discurso em Ciências Sociais. Petrópolis, RJ: Vozes.

Lacan, J. (1973). O Seminário Livro 11: quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lacan, J. (1985). O seminário – Livro 3 – As Psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Laclau, E. (1996). Emancipación y diferencia. Argentina: Ariel.

Laclau, E. (2002). Misticismo, Retórica y Política. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.

Lara Junior, N. (2012). Quanto Custa o (não) saber sobre as tramas ideológicas do capitalismo?. In A. F, de Lima. Psicologia Social Crítica: Paralaxes do Contemporâneo. Porto Alegre: Sulina.

Lara Junior, N. & Santos Lara, A. P. (2013). Estado de torpor como 'troco' na operação econômica capitalista. Analytica: Revista de Psicanálise, 2, 10-32.

Lara Junior, N. & Jardim, L. (2014). Contribuições psicanalíticas para a compreensão das operações discursivas ideológicas. In N, Lara Junior & A. F. de Lima. Metodologias de Pesquisa em Psicologia Social Crítica. Porto Alegre: Sulina.

Lara Junior, N., Kist, A. U., Oliveira, F. J. C., Elias, J. F. B. (2017). A Contribution: on the “prescriptive place” to lacanian discourse analysis. Annual Review of Critical Psychology, 13, 1-15.

Lowy, M. (1996). Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista (11a ed.). São Paulo: Cortez.

Mendonça, D. & Rodrigues, L. P. (2014). Pós-estruturalismo e teoria do discurso: em torno de Ernesto Laclau (2a ed.). Porto Alegre: EDIPUCRS.

Mészáros, I. (2004). O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo.

Nasio, J. D. (2007). A fantasia: O prazer de ler Lacan (A. Telles & V. Ribeiro, Trad). Rio de Janeiro: Zahar.

Nasio, J. D. (2011). Introdução à topologia de Lacan (C. Berliner, Trad). Rio de Janeiro: Zahar.

Quinet, A. (2003). A descoberta do inconsciente: do desejo ao sintoma (2a ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Ramos, C. (2008). Consumismo e gozo: uma compreensão de ideologia entre T.W. Adorno e J. Lacan. Revista Psicologia USP, 19(2), 199-212.

Safatle, V. (2005). Depois da Culpabilidade: Figuras do Supereu na Sociedade de Consumo. In C. I. L, Dunker; J. L. A, Prado. (Org.). Zizek Crítico - política e psicanálise na era do multiculturalismo (47-80). São Paulo: Hucitec.

Saussure, F. (1995). Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix.

Saussure, F. (2002). Escritos de linguística geral. São Paulo: Cultrix.

Thompson, J. B. (1995). Ideologia e cultura moderna: teoria social na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, RJ: Vozes.

Žižek, S. (1991). O mais Sublime dos histéricos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Žižek, S. (1992). Eles não Sabem o que Fazem: O Mais Sublime Objeto da Ideologia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

Žižek, S. (1996). Um mapa da ideologia (V. Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto.

Publicado

2020-01-01

Cómo citar

Klunck, F., Lara Junior, N., & Führ, J. J. (2020). Ideologia como estratégia de colonização da subjetividade na sociedade capitalista contemporânea / Ideology as a strategy of the colonization of the subjectivity in the contemporary capitalist society. Revista De Psicologia, 11(1), 171–183. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.11.1.2020.13