Saúde mental de mulheres sobreviventes a tentativas de feminicídio // Mental health of women survivors of feminicide attempts
DOI:
https://doi.org/10.36517/revpsiufc.14.2023.e023017Palabras clave:
violência contra mulher, sofrimento psíquico, materialismo histórico-dialéticoResumen
O feminicídio é a expressão máxima da violência contra as mulheres, usualmente, precedido de um continuum de violências na trajetória de vida. Trata-se do assassinato intencional de mulheres devido ao seu gênero. Buscou-se investigar os impactos das tentativas de feminicídio na saúde mental de mulheres sobreviventes. Esse é um estudo quanti-qualitativo. Foi utilizado formulário online que buscava identificar o perfil identitário das participantes, as principais vivências de tentativas de feminicídio e os impactos na saúde mental. Em etapa seguinte, uma participante narrou, por meio de entrevista, sua trajetória enquanto sobrevivente. A entrevista foi semidirigida, vídeogravada e, posteriormente, transcrita na íntegra. Foi feita análise estatística descritiva dos dados quantitativos. As informações qualitativas foram analisadas à luz do materialismo histórico e dialético. As tentativas de feminicídio mais recorrentes foram: enforcamento (15%), dirigir perigosamente (15%) e bater com a cabeça em locais/objetos perigosos (15%). Após a vivência das tentativas de feminicídio, foram identificadas sensações constantes de insegurança, medo, falta de confiança, dificuldade de se relacionar afetivamente e prejuízos financeiros que relevam significativo impacto na saúde mental.
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