Direito e psicanálise: a prática jurídica como um impossível
Mots-clés :
Psicanálise, direito, dispositivo jurídico.Résumé
Ao longo dos anos, a teoria psicanalítica foi requisitada inúmeras vezes para pensar sobre questões que estão para além do âmbito puramente individual. Neste escrito a teoria é utilizada com o objetivo de pensar o Direito tal como ele se apresenta atualmente, levando em consideração uma perspectiva sustentada pela teoria psicanalítica. Para isto, foram estudadas algumas das principais obras de Freud, como “Totem e tabu” e “Mal-estar na civilização”, entre outras, assim como os estudos de alguns outros autores e estudiosos da teoria psicanalítica e do Direito. Através destes estudos, foi possível observar como o Direito, enquanto uma prática dita restritiva, possui um papel de grande importância não só para a construção, mas, também, para sustentação da sociedade tal como a conhecemos atualmente. Constata-se, ao fim dos estudos realizados, sua aproximação com a prática do governar, a qual é considerada por Freud como sendo uma das três profissões que ele nomeou “impossíveis”.
Téléchargements
Références
Agamben, G. (2002). Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Editora UFMG.
Assoun, P. L. (2012). Freud e as ciências sociais: Psicanálise e a teoria da cultura. São Paulo: Edições Loyola.
Caffé, M. (2010). Psicanálise e direito. São Paulo: Quartier Latin
.
Christopoulou, V.P. (2007). Direito e psicanálise: uma relação ilegítima? Psicol. USP, vol. 18, n. 3, pp. 91-111. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642007000300006&lang=pt.
Elia, L. (2004). O conceito de sujeito. Rio de Janeiro: Zahar.
Enriquez. E. (1991). Da horda ao estado: psicanálise do vínculo social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Ferraz Jr. T.S. (2007). Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão e dominação. São Paulo: Atlas.
Freud, S. (1913/2012). Totem e tabu. In S. Freud, Obras completas (P. C. L. de Souza, trad., vol. 11, pp. 13-244). São Paulo: Companhia das Letras.
Freud, S. (1921/2011). Psicologia das massas e análise do eu. In S. Freud, Obras completas (P. C. L. de Souza, trad., vol. 15, pp. 11-113). São Paulo: Companhia das Letras.
Freud, S. (1925/2011). Prólogo a juventude abandonada, de August Aichhorn. In S. Freud, Obras completas (P. C. L. de Souza, trad., vol. 16, pp. 347-350). São Paulo: Companhia das Letras.
Freud, S. (1930/2010a). O mal-estar na civilização. In S. Freud, Obras completas (P. C. L. de Souza, trad., vol. 18, pp. 13-122). São Paulo: Companhia das Letras.
Freud, S. (1937/1975). Análise terminável e interminável. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. O. A. de Abreu, trad., vol. XXIII, pp. 239-287). Rio de Janeiro: Imago Editora LTDA.
Goldenberg, R. (2006). Política e psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (1960/1998a). Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano. In J. Lacan, Escritos. (V. Ribeiro, trad., pp 807-842). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (1960/1998b). Posição do inconsicente. In J. Lacan, Escritos. (V. Ribeiro, trad., pp 843-864). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (1992). O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Ed. (Originalmente publicado em 1964)
Longo, L. 2011. Linguagem e psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar.
Miller, J.A., & Milner, J.C (2006). Você quer mesmo ser avaliado?: entrevistas sobre uma máquina de impostura. Barueri: Manole.
Poli, M.C. (2004, Janeiro/Julho). Perversão da cultura, neurose do laço social. Ágora, vol. VII, n. 1, 39-54.