O mundo do trabalho como um impasse no processo de desinstitucionalização

Auteurs

  • Aluísio Ferreira Lima Universidade Federal do Ceará
  • Gláucia Rebeca Teixeira de Oliveira Universidade Federal do Ceará
  • João Marcos Munguba Vieira Universidade Federal do Ceará
  • Pâmela Bezerra Silva Universidade Federal do Ceará

Mots-clés :

Trabalho, desinstitucionalização, família.

Résumé

As práticas voltadas para o processo de desinstitucionalização são ainda muito recentes no Brasil e ainda estão em desenvolvimento. O objetivo deste escrito é refletir sobre como o trabalho na contemporaneidade pode ser um possível dificultador em tal processo. A importância do tema se dá pelo fato de que é a partir do trabalho que organizamos grande parte de nossas vidas e construímos nossa subjetividade, fazendo-nos pensar que a esfera laboral pode influenciar no processo de desinstitucionalização, pois pacientes, famílias e profissionais estão imersos nos modos de trabalho contemporâneos. As discussões levantadas resultam de uma revisão bibliográfica nas bases de pesquisa Scielo, LILACS, Periódicos Capes e BVS, utilizando os descritores “desinstitucionalização” e “família”. A temática trabalho é respaldada em autores como Antunes (2003; 2015), Dejours (2004; 2010), Ehrenberg (2010), Lipovetsky (2007). A partir das reflexões levantadas por teóricos da Saúde Mental e das correntes críticas da Psicologia Social do Trabalho. Este ensaio crítico conduziu-nos à considerações que apontam o trabalho, nos moldes atuais, como dificultador do processo de desinstitucionalização e soma-se as sobrecargas objetivas e subjetivas advindas da complexidade deste processo.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Aluísio Ferreira Lima, Universidade Federal do Ceará

Psicólogo, Doutor em Psicologia Social pela PUCSP, professor do Departamento de Psicologia da UFC, Líder do Paralaxe: Grupo Interdisciplinar
de Estudos, Pesquisas e Intervenções em Psicologia Social Bolsista de Produtividade do CNPq.

Gláucia Rebeca Teixeira de Oliveira, Universidade Federal do Ceará

Psicóloga. Mestra em Psicologia pela UFC, professora substituta do Departamento de Psicologia da UFC e da FANOR/ Ceará/ Brasil.

João Marcos Munguba Vieira, Universidade Federal do Ceará

Graduando em Psicologia pela UFC.

Pâmela Bezerra Silva, Universidade Federal do Ceará

Graduanda em Psicologia pela UFC

Références

Agamben, G. (2014). Nudez. Tradução: Davi

Pessoa Carneiro. (1a. ed.), Belo Horizonte,

MG : Autêntica Editora.

Álvaro-Estramiana, J. L. (1992). Desempleo

y bienestar psicológico. Madrid, ES: Siglo

Veintiuno de España Editores.

Amarante, P. (1995). Revisitando os paradigmas

do saber psiquiátrico: tecendo o percurso

do movimento da reforma psiquiátrica.

In P. Amarante (Org.). Loucos pela vida:

a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil.

Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Amorim, A. K. M. A.; Dimenstein, M. (2009)

Desinstitucionalização em saúde mental e

práticas de cuidado no contexto do serviço

residencial terapêutico. Revista Ciência e

Saúde Coletiva 14(1) doi:10.1590/S1413-

Antunes, R. (2003). Adeus ao Trabalho? Ensaio

sobre as Metamorfoses e a Centralidade

do Mundo do Trabalho. (9a. ed.), São

Paulo, SP: Cortez /Unicamp.

Antunes, R. (2015) A tercerização é a escravidão

do século XXI. Recuperado de

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/

geral/ricardo-antunes/.

Barroso, S. M., & Silva, M. A. (2011).

Reforma Psiquiátrica Brasileira: o caminho

da desinstitucionalização pelo

olhar da historiografia. Revista da

SPAGESP, 12(1), 66-78. Recuperado

de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.

php?script=sci_arttext&pid=S1677-

-29702011000100008&lng=pt&nrm=iso.

Brischiliari, A., & Waidman, M. A. P.

(2012). O portador de transtorno mental

e a vida em família. Escola Anna Nery

[online], 16(1), 147-156. Recuperado de

http://www.scielo.br/pdf/ean/v16n1/

v16n1a20.pdf

Costa-Rosa, A. (2000). O modo Psicossocial:

um paradigma das práticas substitutivas

ao modo asilar. In P. Amarante

(Org.). Ensaios: subjetividade, saúde

mental, sociedade. Rio de Janeiro, RJ:

Editora

Dejours, C. (2004). Subjetividade, trabalho

e ação. Produção, 14(3), 27-34.

Dejours, C. (2010). Um suicídio no trabalho

é uma mensagem brutal. Recuperado de

https://www.publico.pt/sociedade/noticia/

um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-

brutal-1420732.

Ehrenberg, A. (2010). O culto da performance:

da aventura empreendedora à depressão

nervosa. Aparecida, SP: Ideias e Letras.

Enriquez, E. (2014) Jogos de Poder na

Empresa: sobre os processos de poder e

estrutura organizacional. Tradução: Eunice

Dutra Galery et al. São Paulo: Zagodoni.

Estevam, M. C., Marcon, S. S., Antonio, M.

M.; Munari, D. B., & Waidman, M. A. P.

(2011). Convivendo com transtorno mental:

perspectiva de familiares sobre atenção

básica. Revista Escola Enfermagem,

(3), 679-86.

Giannini, E. (2012, Setembro 18). Tempo

e Aceleração Social na Hipermodernidade.

[Arquivo de vídeo]. Recuperado

de https://www.youtube.com/

watch?v=yTARiMPJYrg

Gomes, M. S., & Mello, R. (2012). Sobrecarga

gerada pelo convívio com o portador

de esquizofrenia: enfermagem construindo

o cuidado à família. Revista Eletrônica

Saúde Mental Álcool Drogas, 8(1), 2-8. Recuperado

de http://pepsic.bvsalud.org/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-

-69762012000100002&lng=pt&nrm=iso.

Lipovetsky, G. (2007). A felicidade paradoxal.

São Paulo, SP: Cia das Letras, 2007.

Pessoa, F. (1980). O Eu Profundo e os Outros

Eus: seleção poética; seleção e nota

editorial de Afrânio Coutinho. Rio de Janeiro,

RJ: Nova Fronteira.

Soares, C. B., & Munari, D. B. (2007). Considerações

acerca da sobrecarga em familiares

de pessoas com transtornos mentais.

Revista Ciência, Cuidado e Saúde,

(3), 357-362.

Rotelli, F., Leonardis, O., & Mauri, D.

(1990). Desinstitucionalização: uma outra

via. In F. Nicácio (Org.). Desinstitucionalização

(pp. 17-59). São Paulo, SP: Hucitec,

Traverso- Yépez, M. (2001). A interface

Psicologia Social e Saúde: perspectivas e

desafios. Psicologia em Estudo, 6(2), 49-

Recuperado de http://www.scielo.br/

pdf/pe/v6n2/v6n2a07

Waidman, M. A. P., Jouclas, V. M. G., &

Stefanelli, M. C. (2002). Família e reinserção

social do doente mental: uma experiência

compartilhada pela enfermeira.

Revista Ciência, Cuidado e Saúde, 1(1),

-100.

Wood, T.J., & Paula. A.P.P. (2010). O culto

da performance e o indivíduo S.A. In

A. Ehrenberg, O culto da performance: da

aventura empreendedora à depressão nervosa

(pp. 197 – 207). Aparecida, SP: Ideias

e Letras.

Téléchargements

Publiée

2017-05-30

Comment citer

Lima, A. F., de Oliveira, G. R. T., Vieira, J. M. M., & Silva, P. B. (2017). O mundo do trabalho como um impasse no processo de desinstitucionalização. Revista De Psicologia, 7(2), 22–32. Consulté à l’adresse http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/6253

Numéro

Rubrique

Artigos