Orientação sexual e inclusão: um estudo de caso em organização varejista de Fortaleza
Mots-clés :
Homossexualidade, homofobia, heteronormatividade, preconceito, discriminação.Résumé
A gestão da diversidade nas organizações é tema emergente em estudos organizacionais, apesar de alguns tabus ainda existentes. Observam-se formas de diversidade em que a invisibilidade é possível e menos estudada que as formas mais visíveis, como gênero ou etnia. Estudos apontam um crescimento de publicações que analisam a discriminação sofrida por indivíduos de orientação sexual diversa no ambiente organizacional, embora enfatizem que a diversidade sexual tem sido pouco estudada no Brasil. Ainda existe a discriminação diante de cargos hierarquicamente mais elevados, evidenciando uso de estereótipos e preconceitos, que comprometem a autoestima e geram sentimentos de exclusão. Tais aspectos foram evidenciados neste artigo a partir da percepção de inclusão em uma organização varejista de Fortaleza, Ceará, sob a ótica da orientação sexual dos entrevistados. Dez profissionais masculinos relataram sobre a percepção da orientação sexual e o sentimento de inclusão na organização em que trabalham. A pesquisa teve foco qualitativo, descritivo e exploratório, obtendo dados por meio de entrevista. Os principais resultados mostram que os discursos empresariais são pouco efetivos devido ao preconceito arraigado, a pouca permissividade gerencial e à ausência de senso coletivo de diversidade. Minorias e não minorias demonstraram preconceito e atitudes discriminatórias entre si, evidenciando dificuldades no respeito às diferenças.
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