ASSISTÊNCIA A ADOLESCENTES EM USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM FORTALEZA, CEARÁ // ASSISTANCE FOR ADOLESCENTS WITH PSYCHOACTIVE SUBSTANCE ABUSE IN FORTALEZA, CEARÁ

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.36517/revpsiufc.15.2024.e024006

Mots-clés :

Adolescentes, CAPS, Internações Psiquiátricas, Substâncias Psicoativas

Résumé

O artigo visa apresentar a configuração da assistência aos adolescentes em uso abusivo de substâncias psicoativas em Fortaleza, após a secretaria municipal de saúde ter determinado, em 2021, que até os 16 anos o acompanhamento seria de responsabilidade do CAPSi e que, a partir de 16 anos de idade, o tratamento aconteceria no CAPSad. O estudo foi exploratório e descritivo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e rodas de conversas com os profissionais de dois CAPSad e de um hospital infanto-juvenil de referência para internações psiquiátricas de crianças e adolescentes. Observou-se que os adolescentes não têm conseguido chegar aos centros de atenção psicossocial, mas são internados no hospital. Os profissionais apontam como elementos para a não chegada dos adolescentes aos CAPS: a falta de preparo e de manejo dos trabalhadores para lidar com esse público, a inadequação do espaço físico dos serviços, a ausência de uma oferta de atividades para os adolescentes, as dificuldades em realizar ações no território e em redes intersetoriais, as dificuldades de trânsito dos jovens pelos territórios faccionados, a ausência de percepção do uso de substâncias como um problema por parte dos adolescentes e o lugar central ocupado pelas medicações e pelas internações.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Andrezza Sombra Cordeiro, Universidade Federal do Ceará

Graduanda do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará. Bolsista PIBIC da pesquisa intitulada Assistência a Adolescentes em Uso Abusivo de Substâncias Psicoativas em Fortaleza, Ceará.

Vládia Jamile dos Santos Jucá, Universidade Federal do Ceará - UFC

Professora no Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, onde é professora permanente do Programa de Pós-graduação. Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em Comunicação e Cultura Contemporânea e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia. Membro da Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Na UFC, integra o VIESES, Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão e Subjetivação e é colaboradora do Laboratório de Psicanálise.

Karla Patrícia Holanda Martins, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula (1989), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1995), doutorado em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e pós-doutorado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (2017). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Ceará. Nos anos de 2018-2019 foi coordenadora do Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará. Bolsista de Produtividade do CNPq (2019-2021). Supervisiona estágio pós doutoral desde 2013 e orienta teses e dissertações. Participa do Grupo de Trabalho da Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação (ANPEPP) "Psicanálise e Clínica Ampliada", desde 2009, atuando como vice-coordenadora a partir de 2020. Foi coordenadora de Seção de Psicanálise da Revista de Psicologia Clínica da PUC-RJ (2019-2020) e atua como parecerista ad hoc de várias periódicos nas áreas de Psicologia e Psicanálise. Faz parte do conselho editorial da Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (2019-) e dos Cadernos de Psicanálise do Circulo Psicanalítico do Rio de Janeiro (2012-). Coordena o Programa de Extensão "Clínica, Estética e política do Cuidado" do Departamento de Psicologia da UFC (2017-). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicanálise, atuando principalmente nos seguintes temas: efeitos subjetivos da experiência da fome, relação mãe-bebê, melancolia, psicopatologia infanto-juvenil, saúde mental, cuidados clínicos em saúde e psicanálise e cultura.

Références

Alencar, R., Silva, R. E., & Avarca, C. A. C. (2020). Drogas e Autonomia: intersecções entre clínica e políticas públicas (1ª Ed.). São Paulo: Benjamin Editorial.

Almeida, M. M. (2010). A adesão de adolescentes ao tratamento para uso de álcool e outras drogas: um bicho de sete cabeças?. [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo].

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. (2005). Caminhos para uma política de saúde mental infanto-juvenil (2ª Ed. Rev.). Editora do Ministério da Saúde. Diário Oficial da União.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. (2021). Pnaisari: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei: instrutivo para a implantação e implementação da Pnaisari. Diário Oficial da União, 6-7.

Castel, R. (1987). A Gestão dos Riscos: da antipsiquiatria à pós-psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará. (2021). A política de saúde mental para crianças e adolescentes em Fortaleza [versão eletrônica].

Galhardi, C. C., & Matsukura, T. S. (2018). O cotidiano de adolescentes em um Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas: realidades e desafios. Cadernos de Saúde Pública, 34(3).

Goncalves, J. R. L., Canassa, L. W., Cruz, L. C., Pereira, A. R., Santos, D. M., & Gonçalves, A. R. (2019). Adesão ao tratamento: percepção de adolescentes dependentes químicos. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas, 15(1), 57-83.

Guimarães, T. A. A., & Rosa, L. C. S. (2019). A remanicomialização do cuidado em saúde mental no Brasil no período de 2010-2019: análise de uma conjuntura antirreformista. Soc. Quest., 44, p. 121.

Jorge, M. S. B.; Roseni, P.; Mota, C. S. & Mota, A. A. (orgs.). (2015). Contextos, parcerias e itinerários na produção do cuidado integral: diversidade e interseções (1ª Ed.). Rio de Janeiro. CEPESC/ABRASCO.

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União. Recuperado de: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.

Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União. Recuperado de: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm.

Martins, K. P. H., Lima, G. D. S. L., Costa, M. C. L., Viana, B. A. (2023). Saúde mental da criança e do adolescente em contextos institucionais públicos. In Martins, K. P. H., Jucá, V. J. S., Viana, B. A., Souza, R. B., & Junior, R. P. M. (orgs.), Análise do dimensionamento das internações psiquiátricas de crianças e adolescentes no Ceará de 2017 a 2021 (p. 117-137). Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora.

Nunes, J. M. S., Guimarães, J. M. X., & Sampaio, J. J. C. (2016). A produção do cuidado em saúde mental: avanços e desafios à implantação do modelo de atenção psicossocial territorial. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 26(4), 1213–1232.

Paim, B. R., Porta, D. D., Sarzi, D. M., Cardinal, M. F., Siqueira, D. F., Mello, A. L. & Terra, M. G. (2017). Atendimento ao adolescente usuário de substâncias psicoativas: papel do centro de atenção psicossocial. Cogit. Enferm., 22(1), 1-7.

Passetti, L. L., Godley, M. D., & Kaminer, Y. (2016). Continuing Care for Adolescents in Treatment for Substance Use Disorders. Child Adolescent Psychiatri Clin, 25(4), p. 669-684.

Portaria n. 336 de 19 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União. Recuperado de: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html.

Portaria nº 1.608, de 03 de agosto de 2004. Constitui Fórum Nacional sobre Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Diário Oficial da União. Recuperado de: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt1608_03_08_2004.html.

Reis, C. dos, Guareschi, N. M. de F., & Carvalho, S. de. (2014). Sobre jovens drogaditos: as histórias de ninguém. Psicologia & Sociedade, 26, p. 68-78.

Ribeiro, J. P., Gomes, G. C., Santos, E. O. dos, & Pinho, L. B. (2019). Specificities of care to the adolescent crack user assisted in the psychosocial care network. Escola Anna Nery, 23(2).

Raupp, L., & Milnitsky-Sapiro, C. (2009). Adolescência, drogadição e políticas públicas: recortes no contemporâneo. Estudos De Psicologia, 26(4), 445-454.

Rizzini, I., & Rizzini, I. (2004). A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. Loyola.

Silva, M. G. B. (2015). Produção de cuidados à juventude em CAPS AD. (Tese de doutorado não publicada). Universidade de São Paulo.

Silva, M. T. M., Coelho, L. A. M., & Oliveira, D. S. (2021). Saúde Mental fora das (CAPS)ulas: relato de experiência de ações de redução de danos com adolescentes assistidos por um CAPSad III e por unidades socioeducativas. Health Residencies Journal - HRJ, 2(10), p. 111–139.

Vechiatto, L., & Alves, A. M. P. (2019). A saúde mental infanto-juvenil e o Caps-I: uma revisão integrativa. Emancipação, 19(1), p. 1–17.

Vicentin, M. C. G., Gramkow, G., & Matsumoto, A. E. (2010). Patologização da adolescência e alianças psi-jurídicas: algumas considerações sobre a internação psiquiátrica involuntária. Bol. Inst. Saúde, 12(3), p. 268-272.

Publiée

2024-03-28

Comment citer

Sombra Cordeiro, A., Jamile dos Santos Jucá, V., & Patrícia Holanda Martins, K. (2024). ASSISTÊNCIA A ADOLESCENTES EM USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM FORTALEZA, CEARÁ // ASSISTANCE FOR ADOLESCENTS WITH PSYCHOACTIVE SUBSTANCE ABUSE IN FORTALEZA, CEARÁ. Revista De Psicologia, 15, e024006. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.15.2024.e024006