Recepção da performance artística de Ney Matogrosso por homens homossexuais e bissexuais
DOI:
https://doi.org/10.36517/rcs.54.1.a04Palabras clave:
performance, corpo, arte, Ney Matogrosso, LGBTsResumen
Este artigo focaliza a performance cênica de Ney Matogrosso enquanto tensionadora simbólica dos padrões heteronormativos estéticos e comportamentais da sociedade brasileira. Tal expressão artística é abordada durante a Ditadura Militar, período de notoriedade dele junto ao grupo “Secos & Molhados” e de relevante importância a seus fãs. Dados obtidos em entrevistas com homens homossexuais e/ou bissexuais, com o artista e em três grandes jornais apontam para especificidades significativas a burlar e negociar com estruturas autoritárias do poder avessas às suas apresentações ditas alternativas. Desenvolve-se, assim, uma reflexão sobre a arte por perspectivas teóricas das Ciências Sociais atentas à sua capacidade de inquietar e romper com paradigmas socioculturais habituais, além de fortalecer os direitos humanos e a cidadania de LGBTs.
Citas
ABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematizaçãosocial da juventude no Brasil Revista Brasileira de Educação. Mai/Jun/Jul/Ago Nº 5, 1997 e Set/Out/Nov/Dez Nº 6, p. 25 – 36. 1997.
BENJAMIN, W. Teses sobre o conceito de história, 1940: In: BENJAMIN, W. Obras escolhidas. Vol:1: Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura: São Paulo: Brasiliense, 1987.
BORNHOLDT E. A., WAGNER A. e STAUDT A. C. P. A vivência da gravidez do primeiro filho à luz da perspectiva paterna. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, vol .19, n.1, 2007 (pp. 75 – 92)
BUTLER, J. Problemas de gênero:feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2003.
BUTLER, J. Cuerpos que importan. Sobre los limites materiales y discursivosdel “sexo”. Buenos Aires, Paidós, 2008.
BUTLER, J. Actos perfomativos e constituição de género. Um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. In: MACEDO, Ana Gabriela; RAYNER, Francesca (Org.). Gênero, cultura visual e perfomance. Antologia crítica. Minho: Universidade do Minho/Húmus, 2011.
DE LAURETIS, T. Tecnologies of Gender. Bloomington, Indiana University Press, 1987.
DAWSEY, J. Victor Turner e Antropologia da Experiência. Cadernos de Campo. n.13 163-176, 2005.
GODOI, Rodolfo Luiz Costa de. Ney Matogrosso: liberação sexual, performance artís-
tica e disputas simbólicas. 2018. 128 f., il. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Uni-
versidade de Brasília, Brasília, 2018
GONZALEZ, L. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92/93, jan./jun. p. 69-82. 1988.
GONZATTI, C.; MACHADO, F.V. Notas sobre o espalhamento da criança viada na cultura pop digital brasileira. Periódicus, Salvador, n. 9, v. 1, maio-out. p. 248 – 267. 2018.
LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. In LOURO, G. L. (org). O corpo educado - pedagogias da sexualidade. Autêntica, Belo Horizonte, 2000.
MACEDO, A. S. N. e SILVA, A. C. T. Gênero e erotismo na cobertura midiática de Madonna: “The Girlie Show”. Trabalho apresentado na Divisão Temática Estudos Interdisciplinares da Intercom Júnior –XI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro -RJ–4a 7/9/2015. Disponível emhttp://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-1795-1.pdf. Acesso em: 12 jan. 2019.
MILARÉ, S. Hierofania: o teatro segundo Antunes Filho. São Paulo: SESC São Paulo, 2010.
MURARI, L. e NAGIME, M. New queer cinema: cinema, sexualidade e política. São Paulo, Brasil: Caixa Cultural. 2015.
PEREIRA, P. P. G. As incorporações e suas poéticas. Debates do NER, Porto Alegre, ano 18, n. 31, p. 137-171, jan./jun. 2017.
PIMENTEL, T. D., CARRIERI, A. de P. e LEITE-DA-SILVA, A. R. Ambiguidades identitárias na “Feira Hippie” /Brasil.Comport. Organ. Gest. .13 n.2 Lisboa out. p. 213 – 236. 2007.
PINTO, R. M. L. Trans-per(form-ação): as poéticas visuais de Lady Gaga e uma política de gêneros. In MONTEIRO, R. H. e ROCHA, C. (orgs.). Anais do VI Seminário Nacional de Pesquisa em arte e cultura visual. Goiânia-GO: UFG, FAV, p. 550 – 559. 2013.
PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA. História. Disponível em: http://www.premiodamusica.com.br/o-premio/historia/, acesso em 26 de setembro, 2017.
PUTERMAN, P. O deboche e a ironia do aventureiro In Folha de São Paulo, 1984. Mimeo.
QUEIROZ, F. de A.: Ney Matogrosso: Sentimento contramão: transgressão e autonomia artística. 2009. Tese (Doutorado em Sociologia). Programa de Pós-Graduação em Sociologia – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 271 p.
SANTOS, J. F. Calling All The Queens! Visibilidades de gênero no programa de TV Ru Paul’s Drag Race. Trabalho apresentado no DT 6–Interfaces Comunicacionais do XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, realizado de 02 a 07 de julho de 2015. Disponível em http://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2015/resumos/R47-1346-1.pdf , acesso em 10 de janeiro de 2019.
SCHECHNER, R. Podemos ser o (novo) Terceiro Mundo? Soc. Estado. vol.29 no.3 Brasília set./dez. 2014. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922014000300003 . Acesso em: 03 nov. 2018.
SEDGWICK, E. K. A epistemologia do armário. Cadernos Pagu (28), p. 19 – 54. janeiro-junho de 2007.
SEGATO, R. L. Um Paradoxo do Relativismo. Revista Religião e Sociedade. 16/1-2, p. 31 – 46. 1992.
SEGATO, R. L. Identidades políticas/Alteridades históricas: una crítica a las certezas del pluralismo global. In SEGATO, R. La nación y sus otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de políticas de la identidad. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.
SILVA, V. A. A performance de Ney Matogrosso: Inovação na Canção Midiática em dois momentos: Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Mestrado em Comunicação. Universidade Municipal Şão Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2013, 98 p.
SILVA, R. P. da. Para Além do Bustiê: Performances da Contraviolência na obra Bandido (1976-1977) de Ney Matogrosso. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Goiás, Goiania, 2016, 297 p.
SONTAG, S. Notas sobre Camp. In SONTAG, S. Contra a interpretação. Porto Alegre: L&PM, 1987.
TAUSSIG, M. Mimesis andalterity. London: Routledge, 1993.
TEIXEIRA, J. G. L. C. Apresentação. Dossiê Estudos da Performance. Soc. Estado. vol.29 no.3 Brasília set./dez. 2014. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922014000300002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt . Acesso em: 22 out. 2018.
TREVISAN, J. S. Devassos no paraíso. 8. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record 2011.
TURNER, V. W. Liminal ao liminóide: em brincadeira, fluxo e ritual: Um ensaio de simbologia comparativa. Mediacões, Londrina, v:17 n:2, Jul/Dez, 2012, (pp. 214 – 257).
VAZ, D. Ney Matogrosso: Um cara meio estranho, Rio de Janeiro: Editora Rio Fundo, 1992.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).