Efeitos do estresse salino na germinação, emergência e estabelecimento da plântula de cajueiro anão precoce
Autores
Elton Marques
Universidade Federal do Ceará
Valdinéia Freitas
Universidade Federal do Ceará
Marlos Bezerra
Embrapa Agroindústria Tropical
José Prisco
Universidade Federal do Ceará
Enéas Gomes-Filho
Universidade Federal do Ceará
Palavras-chave:
Anacardium occidentale, Crescimento da plântula, Salinidade, Teores de íons
Resumo
Objetivou-se com este trabalho avaliar os efeitos da salinidade em três estádios de desenvolvimento (ED) da plântula de cajueiro anão-precoce, a saber, germinação, emergência e estabelecimento da plântula, tentando estabelecer uma relação entre o desenvolvimento e o acúmulo de íons nos tecidos da plântula. Para isso, castanhas do clone CCP-06 de cajueiro anão precoce foram semeadas em bandejas de plástico contendo vermiculita umedecida com água destilada (0,0 dS m-1) ou soluções de NaCl com condutividades elétricas variando entre 3,0 e 18,0 dS m-1 e mantidas em casa de vegetação. Determinaram-se a percentagem de plântulas que alcançaram os ED estudados e o tempo e a velocidade com que isso ocorreu, assim como a matéria seca dos cotilédones e eixo embrionário e os teores de Na+, K+ e Cl- do eixo embrionário. A salinidade retardou o desenvolvimento das plântulas nos ED correspondentes à emergência e estabelecimento, entretanto apenas neste último ED é que a percentagem final de plântulas foi reduzida, acompanhada pela inibição da depleção das reservas cotiledonares e decréscimo da massa seca do eixo embrionário. Em todos os ED, os teores de Na+ e Cl- aumentaram com a salinidade, mas isso foi mais pronunciado nas plântulas estabelecidas, nas quais houve redução dos teores de K+. Os resultados obtidos sugerem que as plântulas de cajueiro anão precoce são mais sensíveis à salinidade durante a etapa de estabelecimento e que os efeitos deletérios desse estresse são mediados, pelo menos em parte, pelo acúmulo excessivo de íons Na+ e Cl- na plântula.