A TRILOGIA INDIANISTA DE ALENCAR - IDENTIDADE E MISCIGENAÇÃO

Autores

  • António Manuel de Andrade Moniz

Resumo

O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874) são romances históricos que constituem a trilogia indianista de José de Alencar, numa unidade reveladora da identidade brasileira, segundo a perspectiva do autor romântico. Por ordem inversa da data da publicação, tais romances focalizam o protagonismo de três fi guras indígenas na trama fundacional da brasilidade: Ubirajara, Iracema e Peri. Mas tal identidade político-cultural está assente no fenómeno da miscigenação. Como Alexandre e Roxana, na fundação do império macedónico; como Eneias e Lavínia, nas origens de Roma; como os casados de Goa, na consolidação do Estado Português da Índia. A união dos arcos simboliza a fusão das nações dos Tocantins e dos Araguaias, expressa pelo casamento de Ubirajara com Araci e Jandira. Moacir, o rebento da união de Iracema com Martim Soares Moreno, funda o Estado do Ceará. O beijo fi nal de Peri e Cecília indicia um Rio de Janeiro diferente da simples fundação colonial operada por Mem de Sá e D. António de Mariz. Percorreremos as principais vias de penetração nesse processo fundacional, garantia da fonte de fertilidade de um futuro, simbolizada pelo rio Paquequer, “fi lho indómito desta pátria da liberdade” (O Guarani, “Cenário”).

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Como Citar

MONIZ, António Manuel de Andrade. A TRILOGIA INDIANISTA DE ALENCAR - IDENTIDADE E MISCIGENAÇÃO. Revista de Letras, [S. l.], v. 2, n. 29, 2016. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/revletras/article/view/2357. Acesso em: 6 nov. 2024.