“O que foi que eu escrevi aqui, hein?”
vivências de uma mulher negra com a escrita acadêmica
Palabras clave:
Mulheres negras. Academia. Escrita. Bloqueio criativo.Resumen
Este resumo aborda sobre as minhas vivências, enquanto mulher negra, com relação à escrita da minha tese de doutorado em Sociologia. A lógica acadêmica, branca, heteronormativa, eurocêntrica e elitista, ainda impõe e reproduz normas e condutas de uma “boa escrita” e concede a determinados grupos, brancas/os, privilégios por serem consideradas/os as/os sujeitas/os produtoras/es de conhecimento. Sob este modus operandi da academia, convivo com o desafio de pôr as ideias no papel, enfrentando situações de autossabotagem, procrastinação e insegurança no desenvolvimento do trabalho supracitado. Com base nas leituras de bell hooks (2019) e Audre Lorde (2020), tenho percebido que esses bloqueios criativos são construtos destas relações de poder e opressão, por isso que a escrita, para nós, mulheres negras, tem se tornado também uma importante ferramenta de transformação e subversão desse sistema.