A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E DA IMAGEM DE CORPOS DE ATORES TRANS EM TEXTOS MIDIÁTICOS BRASILEIROS
Palabras clave:
Semiótica discursiva. Ator. Corpo. Transexualidade. Identidade de gênero.Resumen
Pessoas trans sempre ocuparam e ocupam espaços na mídia brasileira, seja pela luta por visibilidade e direitos, seja pela espetacularização de seus corpos e de suas vidas. Nesse cenário, erigimos como objetos de análise deste trabalho duas reportagens. A primeira tem como título “Transexualismo”: eis a questão; assinada por Ateneia Feijó, foi veiculada pela revista Manchete em 1980. Já a segunda, intitulada “Mulher de verdade” é de autoria de Sílvia Correa e foi publicada pela revista Trip em 1998. O texto traz uma entrevista com Bianca Magro, mulher trans que se submeteu à primeira cirurgia de transgenitalização legal no país. Na primeira reportagem, o narrador projeta alternadamente a visão da sociedade sobre a transexualidade, depoimentos de profissionais da saúde, além de relatos/narrativas sobre as vidas de atores trans do enunciado. Com base no referencial teórico-metodológico da semiótica discursiva, temos por objetivo analisar a construção tanto da identidade, quanto da imagem dos corpos de atores femininos trans, Shirley e Bianca Magro, projetados nos respectivos textos. Portanto, verificamos diacronicamente padronizações e ou alterações do discurso midiático acerca da identidade dos atores trans e em seus corpos, aplicando aos textos elementos do percurso gerativo de sentido, com ênfase nas sintaxe e semântica discursivas.