Vivian Maier: o sensível e o inteligível em três autorretratos
Palabras clave:
Semiótica Discursiva, Semiótica Visual, Vivian MaierResumen
Propomos neste trabalho a análise de três autorretratos da fotógrafa norte-americana Vivian Maier, cuja apresentação particular de projeção da imagem de Si (FONTANILLE, 2017) em cenas do cotidiano é objeto de nosso interesse. Tendo isso em vista, ancoramo-nos no ferramental teórico da semiótica plástica (FLOCH, 1985; PIETROFORTE, 2004; 2016), que possibilita a análise dos elementos do plano da expressão das fotografias, e relaciona-os ao conteúdo, causando efeitos de sentido distintos. Para este estudo, escolhemos duas fotografias com oposição cromática tons de cinza vs. branco, em que notamos a recorrência de figuras lineares vs. planares, bem como paralelas vs. cruzadas. As particularidades plásticas descritas constroem um jogo de triagens e misturas das figuras, formas e texturas (ZILBERBERG, 2011[2006]), que, no plano do conteúdo, cria um efeito de sentido de coexistência entre o velado e o evidente. Posto isso, buscamos entender de que maneira esses termos, correlatos às categorias de presença e ausência, marcam e nos informam sobre o estilo (DISCINI, 2015) dos autorretratos de Maier. Por fim, acreditamos que esta análise nos leva à decomposição dos processos que formam o Eu actante (FONTANILLE, 2017) e nos ajudará a entender como isso implica na particularidade das marcas do Si nas fotografias.