“Que Rei sou eu se não o rei da capoeira?”
um estudo sobre a História como possibilidades a partir do caso de Mestre Juvenal
Mots-clés :
Tempo. Fontes. Capoeira. Mestre JuvenalRésumé
Quando falamos, sobre o tempo o verbo surpreender está intimamente ligado com o futuro. Já o passado é marcado pela ideia de tempo determinado, sem novidades. No entanto, para aqueles que vivenciaram o passado este era um tempo aberto cheio de possibilidades. Desta forma, não seria uma necessidade para a Historiografia devolver o imponderável como elemento que compõe a História? Sendo assim, esse trabalho busca discutir, a partir das disputas por legitimidade social na capoeira, a História como possibilidade. Tendo como base fontes como a entrevista para a Revista o Cruzeiro, gravações fonográficas e fotos, produzidas na década de 1940 sobre Mestre Juvenal, pretendemos discutir sobre como uma figura tão proeminente na época caiu em esquecimento. Não se trata de fazer uma História contra factual, pensando como seria se fosse Juvenal e não Bimba e Pastinha a figura central na capoeira. Mas sim de pensarmos quais eram os caminhos não traçados que fizeram com que esse mestre que apareceu na Revista o Cruzeiro, se intitulando o rei da capoeira, deixasse de figurar entre os mestres transmitidos pela memória coletiva da capoeira. Assim, interrogamos nossas fontes com o intuito de restituir a possibilidade como fator componente da História.