TRADUÇÃODOS CAMPONESES ARISTOFÂNICOS COMO MATUTOS CEARENSES EM ACARNENSES E PAZ
Abstract
Estudamos a gênese rural da comédia pela paródia de um canto fálico, que é indicado por Aristóteles, na Poética, como origem da comédia, dentro da celebração de uma Dionísia rural, em comemoração à paz readquirida pelo protagonista de Acarnenses. Compararemos a paz particular de Diceópolis, defendida numa trigédia, canto ao vinho novo ou comédia, e a de Trigeu, o vindimador, que resgata a deusa Paz, na peça homônima, para todos os gregos. A paz dos dois protagonistas se manifesta nos rituais dionisíacos agrários, que equiparamos às festas juninas do nordeste brasileiro, pelo reconhecimento dos seus traços estruturais comuns, na forma de festivais agrários de fertilidade e manifestações espetaculares. O aspecto agrário da paz será traduzido na comédia Paz de Aristófanes pela versão matuta cearense dos camponeses aristofânicos, em consonância com a tradução de Acarnenses já estabelecida por nós, no reconhecimento da forte inspiração da Musa da comédia na cultura cearense. Apresentaremos os prólogos das duas peças na nossa tradução matuta cearense, enfatizando o aspecto rural da comédia, como cidade justa, em sua proposta de paz, seja na Grécia antiga, seja no Brasil atual. Nosso projeto teve o apoio do CNPQ/Universal-Processo n°: 458142/2014-0.
Palavras-chave: Trigeu; Paz; Diceópolis; Acarnenses; Camponeses aristofânicos
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