Nietzsche: o ressentimento e a transmutação escrava da moral
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v2i3.18966Palavras-chave:
Nietzsche. Ressentimento. Moral escrava. Valores.Resumo
Este artigo trata da crítica nietzscheana aos valores que permeiam a nossa cultura. E avaliar esses valores, diz Nietzsche, é antes de tudo por em discussão a transvaloração cultural promovida pela moral judaico-cristã a partir do seu fundamento último que é o ressentimento. Na sua obra Genealogia da Moral, mais precisamente na primeira dissertação, o autor faz uma avaliação de como os valores “bom e ruim”, criados por uma moral dos senhores, foram transformados em “bom e mau”, respectivamente, pela moral dos escravos. Segundo ele, todos os valores estabelecidos pela nossa cultura, nada mais são do que o resultado de uma transvaloração de valores nobres, originário de um povo livre e forte, para uma cultura de valores fracos e decadentes forjada por uma moral escrava e doente. Uma moral metafísica que, por fim, ofereceria ao fraco, o sentido da vida e do seu sofrimento. Assim, pautado na sua avaliação, tentar-se-á mostrar aqui que para Nietzsche o ressentimento ocupa um lugar central na história da emergência de uma determinada forma de valoração, a escrava.