A armadilha da estética da existência, ou a esquerda foucaultiana no labirinto neoliberal
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v16iesp.92351Palavras-chave:
Estética da Existência. Neoliberalismo. Foucault. Deleuze. Política.Resumo
O “último Foucault” investigou as “práticas de si” que marcaram a filosofia antiga não apenas com um objetivo histórico, mas também para oferecer aos seus contemporâneos um horizonte ético-político composto pelo modo de vida chamado “estética da existência”. Entretanto, de que maneira a emergência do neoliberalismo impacta esse horizonte? Mapeando duas distintas tradições, a esquerda e a direita foucaultiana, bem como propondo a existência de um “duplo Foucault” – exotérico e esotérico – defendo uma leitura que vai com Foucault para além dele, admitindo Deleuze como importante ponto de inflexão.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
BAUDRILLARD, J. Esquecer Foucault. Rio de Janeiro: Rocco, 1984.
BINKLEY, S. A felicidade e o programa de governamentalidade neoliberal. In: FREIRE FILHO, J. (Org.). Ser feliz hoje. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
BIRMAN, J. Por uma estilística da existência. São Paulo: Editora 34, 1996.
BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BROWN, N. Vida contra morte. Petrópolis: Vozes, 1972.
BROWN, W. Nas ruínas do neoliberalismo. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 2019.
CUNHA, E. L. Autoria e esquiva: pensamento, ética e experiência subjetiva em Michel Foucault. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 22, n. 3, jan./2011, p. 481-496.
DELEUZE, G. A vida como obra de arte. In: Conversações. São Paulo: Editora 34, 2017.
DELEUZE, G. Desejo e Prazer. Cadernos Subjetividade, São Paulo, n. esp., jun./1996.
DELEUZE, G. El poder: curso sobre Foucault II. Buenos Aires: Cactus, 2014.
DELEUZE, G. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In: Conversações. São Paulo: Editora 34, 2013.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. São Paulo: Editora 34, 1995.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2010.
DOSSE, F. Gilles Deleuze & Félix Guattari – Biografia Cruzada. Porto Alegre: Artmed, 2010.
DOSSE, F. Los compromisos políticos de Gilles Deleuze. In: ZARKA, Y. et. al. Deleuze político. Buenos Aires: Nueva Visión, 2010.
ERIBON, D. Meu próximo livro ia chamar-se ‘Grandeza de Marx’ – Entrevista com Deleuze. Cadernos Subjetividade, São Paulo, n. esp., jun./1996.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, M. A escrita de si. In: Ditos e escritos. Vol. V: Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ditos e escritos. Vol. V: Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
FOUCAULT, M. As técnicas de si. In: Ditos e escritos. Vol. IX: Genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014b.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 1: A vontade de saber. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
FOUCAULT, M. Michel Foucault, uma entrevista: sexo, poder e política da identidade. In: Ditos e escritos. Vol. IX: Genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014c.
FOUCAULT, M. O que é a crítica? Seguido de A cultura de si. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2017.
FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: Ditos e escritos. Vol. IX: Genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014c.
FOUCAULT, M. Os intelectuais e o poder. In: Ditos e escritos. Vol. IV: Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010b.
FOUCAULT, M. Prefácio (Anti-Édipo). In: Ditos e Escritos. Vol. VI: Repensar a política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
FOUCAULT, M. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
GROS, F. Situação do curso. In: FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
HABERMAS, J. Modernidade – um projeto inacabado. In: ARANTES, O. B.; ARANTES, P. E. Um ponto cego no projeto moderno de Jürgen Habermas. São Paulo: Brasiliense, 1992.
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
HADOT, P. Exercícios espirituais e filosofia antiga. São Paulo: É Realizações, 2014.
HAIDER, A. A armadilha da identidade. São Paulo: Veneta, 2019.
HAN, B.-C. Psicopolítica. O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Belo Horizonte: Editora Âyiné, 2018.
HEGEL, G. Linhas fundamentais da filosofia do direito. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2010.
HEINE, H. Ensayos. Madrid: Ediciones Akal, 2016.
HILÁRIO, L.; CUNHA E. Crítica, razão e sociedade: convergência e paralelismo entre Foucault e Adorno & Horkheimer. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 26, n. 3, set./dez. 2014, p. 877-900.
HILÁRIO, L.; CUNHA E. Michel Foucault e a Escola de Frankfurt: reflexões a partir da obra crítica do poder, de Axel Honneth. Trans/Form/Ação, São Paulo, v. 35, n. 3, dez./2012, p. 157-188.
HONNETH, A. Crítica del poder. Madrid: A. Machado Libros, 2009.
ILLOUZ, E.; CABANAS, E. Happycracia: fabricando cidadãos felizes. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
KURZ, R. Razão sangrenta: ensaios sobre a crítica emancipatória da modernidade capitalista e de seus valores ocidentais. São Paulo: Hedra, 2010.
LAVAL, C.; DARDOT, P. A nova razão do mundo. São Paulo: Boitempo, 2016.
LUKÁCS, G. O jovem Marx e outros escritos de filosofia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
MARCUSE, H. Eros e Civilização. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
MARCUSE, H. O homem unidimensional. São Paulo: EDIPRO, 2015.
MARINHO, C. M. Processos de subjetivação, governamentalidade neoliberal e resistência: uma leitura a partir de Michel Foucault e Judith Butler. 2020. 252 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2020.
MISKOLCI, R. Corpos elétricos: do assujeitamento à estética da existência. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n. 3, set./dez. 2006, p. 272-292.
NEGRI, A. Toni Negri interview in Le Monde. 2001. Disponível em: https://libcom.org/library/interview-le-monde-negri. Acesso em: 24.ago.2023.
ORTEGA, F. Amizade e estética da existência em Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
POL-DROIT, R. Michel Foucault – Entrevistas. São Paulo: Graal, 2006.
RAGO, M. (Org.). Foucault e as estéticas da existência. Revista Aulas, Campinas, n. 7, 2010.
REICH, W. Psicologia das massas do fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SPIVAK, G. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
STEPHEN W. S; STEINMETZ-JENKINS, D. Foucault, neoliberalism and beyond. New York: Rowman & Littefield, 2019.
TOEWS, J. Transformações do hegelianismo, 1805-1845. In: BEISER, F. Hegel. São Paulo: Ideias & Letras, 2014.
ZAMORA, D.; BEHRENT, M. (Orgs.). Foucault y el neoliberalismo. Buenos Aires: Amorrotu, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Leomir Hilario

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos (SOBRE COPYRIGHT E POLÍTICA DE ACESSO LIVRE):
1. Autores mantém OS DIREITOS AUTORAIS concedidos à revista OU Direito de Primeira Publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado à Atribuição de Licença Creative Commons (CC BY) que permite o compartilhamento dos trabalhos com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm permissão para aceitar contratos, distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo: publicar no repositório institucional ou como um capítulo do livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (por exemplo: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) mesmo durante o processo editorial, haja visto que isso pode aumentar o impacto e citação do trabalho publicado.