Consciência e intuição no pensamento de Henri Bergson: um olhar prospectivo
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v17iespecial.95589Palavras-chave:
Inteligência. Intuição. Consciência.Resumo
O presente trabalho tem por objetivo debater algumas considerações acerca do desenvolvimento da intuição no pensamento de Henri Bergson. No encaminhamento dessas ponderações, mostrou-se necessário considerar a inteligência em sua funcionalidade para fins de refletir em que medida a atividade inteligente, conforme pensada por Bergson, se fez condição para o desenvolvimento dessa outra atividade vital, a intuição, que se atualizou, ainda que esparsa e fugidia, nessa espécie que se tornou inteligente. Nesse percurso, ressaltou-se que ambas as atividades, inteligente e intuitiva, originalmente em estado virtual na consciência ainda não diferenciada em suas práticas, se atualizam no interior da vida como movimentos originais de organização vital. Destacou-se também que, mesmo sendo diferentes em suas atividades próprias, comungam de uma origem comum, da qual nunca se separam por serem ambas atividades da consciência que a vida efetiva sobre si. O que se revelou foi que a inteligência evoluiu para ser uma atividade predominante, embora não exclusiva, no exercício da consciência que se transformou distintamente humana. A consciência intuitiva, não sendo de primeira ordem na organização vital por efeito das necessidades práticas que a vida organizada encontrou em sua trajetória, se efetiva, quando possível, mediante esforços individuais que visam uma aplicação generalizada. Contudo, ela permanece sempre contida pelas premências vitais em curso nessa espécie, caracterizada pela inteligência. O exercício proposto neste trabalho se deu por uma apreciação bibliográfica dos trabalhos de Bergson, sendo os comentários correntes um esforço em destacar as condições de efetivação, em suas divergências e complementaridades, desse processo de organização vital que se faz consciente.
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