A inserção de epistemologias feministas e interseccionais no ensino de filosofia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/arf.v17iespecial2.96133

Palavras-chave:

Filosofia. Feminismo. Educação. Epistemologias. Currículo.

Resumo

Este artigo parte da necessidade de repensar o ensino de filosofia a partir de uma perspectiva feminista, especialmente no contexto da educação básica. O objetivo é propor uma prática pedagógica crítica que valorize epistemologias feministas — com destaque para o feminismo negro — como ferramentas de transformação curricular e política. A metodologia adotada é de natureza teórico-reflexiva, baseada em revisão bibliográfica de autoras como Patricia Hill Collins, bell hooks, Grada Kilomba e Djamila Ribeiro, articulando suas contribuições ao campo da educação filosófica. Os resultados apontam que o ensino de filosofia, quando atravessado por epistemologias feministas, amplia o repertório crítico dos estudantes, promove o reconhecimento de vozes historicamente silenciadas e tensiona estruturas de poder presentes na escola. Conclui-se que essa abordagem não apenas enriquece o currículo, mas também fortalece práticas educativas comprometidas com a justiça social e a emancipação intelectual.

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Biografia do Autor

Suzana Oliveira, Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC–CE).

Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Professora da Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC – CE).

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Publicado

2025-12-02

Como Citar

Oliveira, S. (2025). A inserção de epistemologias feministas e interseccionais no ensino de filosofia. Argumentos - Revista De Filosofia, 17(Especial2), 27–37. https://doi.org/10.36517/arf.v17iespecial2.96133

Edição

Seção

Ensino de filosofia e epistemologias feministas: práticas de insurgência intelectual

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