BR-TRANS: A AMBIGUIDADE METATEATRAL DA AUTOFICÇÃO

Auteurs

  • Ricardo Augusto de Lima Universidade Estadual de Londrina

Résumé

Por muito tempo se pensou na impossibilidade de um teatro autobiográfico devido à clássica definição de autobiografia que Philippe Lejeune (2008, p. 33) cita em O pacto autobiográfico: “narrativa retrospectiva em prosa que alguém faz de sua própria existência”. Entretanto, ao longo dos séculos XIX e XX, notamos tentativas variadas de um teatro do eu e do real manifestadas em diferentes formas dramáticas, culminando com um teatro explicitamente autobiográfico no final do século XX que mantém, por outro lado, seu caráter ficcional. A autoficção se mostra, assim, uma teoria que abriga textos nos quais o discurso se torna crítico e metatextual devido a essa fricção entre realidade e ficção, alterando o modo como a obra é recebida pelo leitor/espectador, permitindo inclusive seu emprego na cena. Desta forma, este artigo objetiva analisar o teatro autoficcional existente no espetáculo BR-Trans, do ator e dramaturgo Silvero Pereira, e sua potência metateatral.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Ricardo Augusto de Lima, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Letras, Estudos Literários, na Universidade Estadual de Londrina, e professor assistente no Departamento de Teoria Literária da Universidade Estadual de Maringá.

Références

ALBERCA, Manuel. El pacto ambiguo. De la novela autobiográfica a la autoficción. Madrid, Biblioteca Nueva, 2012.

BARRIENTOS, José-Luís García. Paradojas de la autoficción dramática. In: CASAS, Ana (Ed.). El yo fabulado. Nuevas aproximaciones críticas a la autoficción, Iberoamericana, Madrid, 2014. pp. 127-146.

CASAS, Ana. El simulacro del yo: la autoficción en la narrativa actual. In: CASAS, Ana. Casas (compilación de textos). La autoficción. Reflexiones teóricas. Madrid, Arco Libros, 2012, pp. 9-42.

DE CARLI, Jezebel. Movimentos da encenação. In: PEREIRA, Silvero. BR-Trans. Rio de Janeiro: Cobogó, 2016, pp. 57-65.

DOUBROVSKY, Serge. Les points sur ler “i”. In: JEANNELLE, J-L.; VIOLLET, C. (Dir.) Genèse et autofiction. Louvain-la-Neuve, Bruylant-Academia s.a., 2007. p. 54-65.

LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Trad. Jovita M. Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2008.

LISPECTOR, Clarice. Contos completos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

NIETZSCHE, Friedrich W. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. São Paulo, Perspectiva, 2008.

PEREIRA, Silvero. BR-Trans. Rio de Janeiro: Cobogó, 2016.

SÁNCHEZ, José A. Prácticas de lo real en la escena contemporánea. Madrid, Visor Libros, 2007.

TORO, Vera. La auto(r)ficción en el drama. In V. Toro, S. Schlickers y A. Luengo (Eds.). La obsesión del yo. La auto(r)ficción en la literatura española y latinoamericana. Madri, Iberoamericana/Vervuert, 2010, pp. 229-250.

UBERSFELD, Anne. Diccionario de términos claves del análisis teatral. Buenos Aires, Galerna, 2002.

Téléchargements

Publiée

2017-08-01