AVALIAÇÃO DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS E HEPCIDINA COMO BIOMARCADORES NA ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA

Abstract

A anemia da inflamação crônica (AIC) ou anemia da doença crônica (ADC) é uma condição desencadeada por um estado inflamatório continuado que limita a disponibilidade do ferro para hematopoese e é mediado, dentre outros fatores, pelo hormônio hepcidina e citocinas pró-inflamatórias. É uma das causas de anemia mais prevalentes em idosos no mundo. O diagnóstico geralmente requer a presença de doença inflamatória crônica, como infecção, doença autoimune, doença renal ou câncer. Apresenta como principais critérios bioquímicos: baixos níveis de ferro sérico, baixa saturação de transferrina, aumento dos níveis séricos de ferritina, níveis inadequadamente baixos de eritropoetina (EPO) e marcadores inflamatórios elevados. O presente estudo é transversal analítico e objetiva avaliar o nível de sérico da hepcidina e citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IFN-γ, IL-6 e correlacionar os achados com variáveis clínico-laboratoriais dos idosos portadores de ADC. Foram incluídos 90 portadores de ADC atendidos pelo Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, além de 80 idosos sadios. Pelo menos uma comorbidade foi relatada no grupo de pacientes (sobretudo hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus), assim como polifarmácia. Para obter soro e plasma dos pacientes coletaram-se 5ml de sangue venoso em tubos de EDTA e com gel separador. Essas amostras foram processadas, centrifugadas a 3000 rpm em 10 min e estocadas em freezer -80ºC no Laboratório de Citogenômica do Câncer. A dosagem de citocinas e da hepcidina é feita por ELISA. De 75 pacientes, 21 indicaram ferro sérico baixo. De 77 pacientes 16 apontaram ferritina elevada. De 29 pacientes 7 mostraram ferro medular aumentado. Um ensaio está em curso para dosagem das citocinas inflamatórias e hepcidina e correlação com as variáveis clínicas e laboratoriais. Este estudo teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico