‘JOGOS DE NÃO OXIGENAÇÃO’ NO CONTEXTO INFANTOJUVENIL: PERFIL DOS ‘JOGADORES’ E FATORES MOTIVACIONAIS

Resumen

Os ‘Jogos de não oxigenação’ (JNO) compõem o espectro das ‘brincadeiras perigosas’, que representam um conjunto de comportamentos de risco emitidos, pelo público infantojuvenil, num contexto recreativo e/ou de socialização entre pares. Haja vista o impacto psicossocial dessas práticas, faz-se necessário a efetivação de estudos sobre os fatores de risco associados ao engajamento de crianças e adolescentes com JNO. Nesse sentido, objetivou-se analisar os principais fatores motivacionais e o perfil dos praticantes de JNO. Para isso, realizou-se um levantamento bibliográfico, no período de março a novembro de 2020, nas bases de dados PubMed, PsycNET, SciELO e SCOPUS, utilizando-se os descritores ("dangerous games" OR (“non-oxygenation games” OR “choking game”)). Os critérios de seleção adotados foram estudos teóricos e empíricos, independente do ano de publicação e/ou idioma, que debatessem sobre os fatores motivacionais e o perfil dos praticantes de JNO. Ao todo, foram achados 237 artigos, dos quais 62 foram elegíveis. Como resultado, observou-se que os JNO são praticados, individual ou coletivamente, por meio de técnicas de apneia, estrangulamento ou compressão. Dentre os estudos analisados, verificou-se que a faixa etária dos praticantes variou entre 7 e 17 anos. Há evidências de que adeptos dessas práticas podem se envolver com outros comportamentos de risco, e apresentar um funcionamento psíquico caracterizado por um alto nível de busca de sensações. Em relação aos fatores motivacionais, pode-se citar a busca por situações eufóricas e o desejo de demonstrar a força física diante dos pares. Ressalta-se que apenas duas publicações nacionais abordavam sobre o fenômeno das ‘brincadeiras perigosas’. Nesse cenário, depreende-se a relevância de estudos científicos que explorem as especificidades dessas práticas no contexto sociocultural brasileiro. Por fim, agradece-se à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento da pesquisa.